07-03-2012
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By Placido De Oliveira on quarta-feira, março 07, 2012
07-03-2012
Posted in abraço, acreditar, coragem, dissertações, futuro, sonhos | 11 comments
By Placido De Oliveira on quinta-feira, junho 16, 2011
Nada será como antes, porque o antes já não é o que nos faz. O agora é o antes de um depois que nos fará...
O passado é o anexo
De presente já vivido
O futuro um reflexo
De presente construído
Tudo muda! Somos matéria em transformação...
A ânsia de liberdade e a imagem de escravidão.
O amor desejado, o amor experimentado
O amor contratado o amor vendido.
A paixão fugaz, a paixão que permanece
A paixão que toca a que se esquece.
O sonho vestido, o sonho despido
O sonho partilhado, o sonho isolado.
O valor da amizade, a amizade sem valor.
A tirania das horas o abraço dos dias.
O balanço dos anos o evoluir das estações.
A floresta vislumbrada a árvore escolhida.
A flor que perfuma a flor que afasta.
A poesia do mar a excitação do sol.
A melancolia da lua o romantismo do deserto.
A calma apaixonante da montanha.
A sublime paz da planície.
A melodia urbana a sinfonia campestre.
A crescente consciência da insignificância de nós.
Nada será como antes, porque o antes já não é o que nos faz. O agora é o antes de um depois que nos fará...
Tudo muda! Somos matéria em transformação.....
A dor da distância a espera na ausência.
A monotonia que não adormece a alma.
A agitação que já não traz virtual felicidade.
Os silêncios que matam os ruídos que ferem.
O despertar com a calma da experiência.
O Desejo do corpo.
O sentir do toque o cheiro da pele.
O sabor do beijo o Calor do abraço.
O apelo da cama a química do sexo.
Os passeios matinais as estradas nocturnas.
Os caminhos virgens os caminhos sem segredos.
Os becos com saída os becos sem saída.
A estação de partida a paragem refrescante.
A estação de chegada a despedida marcante.
O ouro no final do Arco-íris
A procura o encontro
Nada será como antes, porque o antes já não é o que nos faz. O agora é o antes de um depois que nos fará…
Tudo muda! Somos matéria em transformação.....
O apelo transmitido
O grito interior o grito exterior
A virtude pretendida e o pecado desejado
A virtude escondida o defeito simulado.
O suspiro abandonado e o suspiro partilhado.
A lágrima solta a lágrima presa.
O livro folheado o que já foi abandonado.
A música escutada a música afastada.
A pintura observada a pintura ignorada.
A humildade genuína o humanismo altruísta.
A tolerância com cor a serenidade daltónica.
A eternidade desejada o sentido da indiferença.
O singular.
O plural.
Nada será como antes, porque o antes já não é o que nos faz. O agora é o antes de um depois que nos fará…
Tudo muda! Somos matéria em transformação.....
O respeito esperado a dádiva genuína.
O presente hipócrita a esperança realista.
O consentimento cansado o abdicar com naturalidade.
O exigir com autoridade o compreender entendendo.
O aceitar sem reservas.
A espera agitada a espera com calma.
A indiferença que mata
A indiferente indiferença.
A memória que vive
A memória que morre.
A saudade consciente a saudade inconsciente.
O fato que não nos cabe
O fato com o qual saímos.
O espelho que nos reflecte
O espelho que nos apaga.
A importância das palavras.
O desafio do silêncio.
A paz.
Nos! Essa massa de certezas sobre duvidas….
Nos! Essa mutação que deseja...
Permanecer fluindo,
Existir modificando,
Viver renascendo,
Amar compreendendo.
Caminhar com alquimia,
Entregar sem hipocrisia,
Respirar em liberdade,
Desgastando a juventude
Sonhando plenitude.
A mudança somos nós,
Nesta breve procissão,
Temos nas costas o andor,
De corpo em transformação.
A mudança somos nós,
Enquanto o conceito existir,
Seremos o que nos faça,
Constante chegar e partir.
Seres cuja desgraça
É uma grande certeza
Ser finitos no que passa
Sua única grandeza
Seremos passado presente e futuro, nesses milésimos de segundo que separam os conceitos. Acabei de escrever e o "agora" é já o "antes" do futuro onde estou!
Como serei? Transformado em futuro, vestido de presente num corpo passado?
Como serei? Saberei brevemente porque o futuro acaba de me bater à porta...
Desculpem mas tenho que abrir.
Encontramo-nos lá!
28-07-2009
By Placido De Oliveira on quinta-feira, dezembro 02, 2010
Olho, olho-te!
Sinto que o tempo parou!
Sais em silêncio. Ironia! Surpreendeste-me!
O que sempre me incomodou em ti foram os teus barulhos. Fica o caminho sinuoso que nos trouxe até aqui.
Tudo o demais reflexos de um rosto que deposita as desilusões aos infinitos pés da verdade.
A vida despede-se de um momento para saudar outro.
Cansaço!
Mais uma vez o dramatismo do fim de linha e o peso de todos os inícios.
A minha saudade saúda-te, como que num processo automático de despedida.
Vou ficar aqui até que a tua sombra desapareça no horizonte e dessa forma tenha a tua altura.
Sairei quando me cansar de apreciar o momento em que, pela primeira vez, em silêncio conseguiste ser honesto.
Pensávamos que tínhamos todo o tempo do mundo, e de repente anoiteceu.
De te sonhar cheguei até aqui!
De te amar, por nada ter, te deixo ir!
Partirei!
Agora tenho tempo!
Irei até onde o meu corpo toque, em infinitos já me perdi o suficiente.
Hoje é dia de festa!
Todos os meus fantasmas voltam a vestir o fato da celebração e divertem-se debaixo das árvores despidas de folhas que sucumbiram ao Outono da tua genuína indiferença.
Não entro no exaspero das lágrimas!
É dia de festa, alegro-me!
Alegro-me porque o meu fracasso em ti constrói-me, o teu em mim, é mera consequência de quem és
02-12-2010
By Placido De Oliveira on sexta-feira, novembro 05, 2010
Posted in abraço, acreditar, confusão, destino, errar, eternidade, futuro, imperfeição, infinito, irrealidade, prosa, realidade | No comments
By Placido De Oliveira on quarta-feira, julho 28, 2010
Perdi-te!
Dou mil voltas na cama e acabo por entender que é inútil permanecer deitado. Estou impaciente, inquieto, e com essa sensação de quem não quer pensar e não faz outra coisa que não isso mesmo. Tenho que esperar que o sono me domine ou que os pensamentos desordenados que agora me escravizam se afastem. Não importa! Levanto-me e acendo esse cigarro que reclama misericórdia à insónia. Desgraçado! Não sabe que é estandarte de rendição incondicional ao abraço da noite.
Freud disse que o cigarro é apenas um substituto da masturbação. A dar-lhe razão, já não teria mãos para nenhuma das duas sensações. Mas se os cigarros não me ajudarem experimento ambas.
Rendido à valsa das sombras de um fumo libertador (Freud pode esperar…), pergunto: - quanto destes pensamentos que me inquietam serão efectivamente meus? Sou consequência de mim, ou serei o resultado de pensamentos de mil almas de rostos incógnitos, que em mim habitam com vida própria?
Quero deixar que uma parte de mim me abandone da mesma forma que o fumo se dirige às mais pequenas frestas em busca da liberdade. Por vezes não sei se tenho voz própria ou se os sons que de mim saem são os ecos dos lamentos de um mendigo, vivendo das esmolas de alheia profecia.
Abençoada insónia que na sua clarividência me impele para aniquilar tudo o que me separa de ser profeta do meu futuro. Tenho deixado a decisão de mim para o evoluir do tempo, cobarde adiamento que me transforma numa qualquer coisa, que reza credos a um deus menor vendendo a si próprio a imagem de possuir um lugar no Olimpo.
Abençoada insónia! Ainda sem dar razão a Freud.
Algo em mim existe sem minha permissão, corre no meu sangue sem que nada até agora tenha podido fazer – se é que fiz alguma coisa!
Uma imagem, um pensamento, um sonho, uma memória, um passado, um presente ou a conjugação dos dois numa imagem de futuro? Não sei!
No desnorte invisível da minha alma sempre volto, inconscientemente, a essa terra que foi minha mas que já não tem vestígios dos meus passos. Porque tenho que entrar onde não quero e sempre sair, isso sim, desejando não estar lá?
Porque tenho que perpetuar esse movimento? Como é possível que alguém ou alguma coisa, ausente de mim, invada todos os meus espaços?
Quando parti dessa terra sei que passei a prestar vassalagem à indiferença - É normal! - Se tanto me dói assim a ausência, é porque em cada instante nesse espaço em mim existi e estive vivo. Tanto tempo a plantar um jardim cheio de árvores perfumadas para em determinado momento ter que abandonar a sua frescura e queimar-me debaixo de um sol desconhecido. As árvores levam tempo a dar-nos sombra, e eu sei que nesse momento, perdi a vontade de voltar a ser agricultor dedicado. O tempo mata-me, ou eu mato o tempo, o efeito final será sempre o mesmo. Claro que sei que essa terra há muito que deixou de ter o meu nome inscrito. Não tem os aromas do meu perfume, vestígios da minha pele, pedaços da minha alma, desejos do meu corpo. Não relata mais a minha história nem tem sonhos de mim. Está agora bem distante de tudo o que de mim está perto. Estou longe, está longe, estamos longe, bem sei! Mas continuo a relegar para secundário o importante, e continuo na sua ausência, a determinar os limites da minha essência debaixo da sombra das árvores que lá plantei.
Abençoada insónia! Ainda sem dar razão a Freud.
Sei agora que desejo descansar das reflexões e ser doente temporário vítima do esquecimento. Se a minha face fosse o reflexo do coração, o mundo contemplaria uma estátua de pedra em local incerto. Tenho-me permitido viver na dúvida, prisioneiro do passado com alma fechada, egoísta e solitária. Sou refém de uma lembrança ou uma lembrança é refém de mim. Uma memória com alma própria, e não descubro a forma de controlar as suas asas nem como impedir o seu voo. Essa terra que habitei já não corre no meu sangue, mas os meus passos seguem reféns do intervalo entre o sonho e a memória. E nesse espaço encarcero-me, convertendo-me no meu inimigo mais íntimo.
Penso que tudo me é indiferente, mas engano-me!
Engano-me ao pensar que a humanidade dos meus olhos pode cegar pela dureza de uma aparência que não tenho capacidade de sustentar;
Engano-me na ilusão de pensar que quem não venera nenhuma bandeira poderá algum dia ser pátria de alguém;
Engano-me quando penso que o mundo é meu, mas só o será no dia em que tiver consciência de que nada me falta;
Engano-me quando deixo que a vida aconteça no oriente de uma memória, porque as duas se esfumam da mesma forma;
Engano-me quando penso que posso ser livre comprometendo a minha própria construção;
Engano-me, irremediavelmente, porque com tudo o que sou, trago nos olhos um mundo que a alma não sente.
Abençoada insónia! Ainda sem dar razão a Freud.
Sei agora mais que nunca que quero despir esse fato de pedra que me veste de todas as verdades que minto. Fazer dos meus sonhos a minha única verdade, matar o que em mim já não vive mas que levo, sem saber porquê, colado nos meus passos e preso ao meu tempo. Quero estar nu de mim para me vestir por inteiro. Arrancar-me às raízes que me prendem a uma terra já distante e voltar, ainda que por momentos, a ser pertença de mim como uma flor é da terra que lhe dá vida.
A quem pertenço? Não sei!
Que pátria é a minha? Desconheço!
Mas a mim me quero prender e que, de tão efémera que seja, pareça eterna essa libertação.
Está na hora de calar os barulhos da desordem.
Quero o meu calendário e um dicionário com as minhas rimas.
Despeço-me terra distante, digo-te adeus e cuida das flores que plantei.
Nas memórias das tuas esquinas e ruas percorridas, fui perdendo a noção de quem sou.
Mas não quero ser um “quase” que morre na ideia de um “talvez”
Nem perder o “agora” rendendo-me à ideia do “nunca”.
Nada é tão alto que o sonho não lhe toque.
Tudo termina, até esta insónia. Deixo uma caneta com a tampa toda roída e um cigarro que agoniza entre dezenas de iguais.
Não dei razão a Freud!
Fecho as luzes, vou dormir!
27-07-2010
Posted in abraço, acreditar, almas, amor, ausência, confusão, dor, dúvida, engano, existência, futuro, incógnitas, insónia, irrealidade, momentos | 2 comments
By Placido De Oliveira on quinta-feira, março 18, 2010
O futuro é um desejo que desperta com o fluir de todas as experiências vividas nesse momento chamado presente!
Não é construção projectada com traços de arquitecto idealista, mas pintura abstracta de uma consciência que se transforma, consoante as cores que experimenta. É consequência, nunca objectivo.
É caminho, nunca chegada.
É um conceito que se extingue à medida que o tempo passa. Nunca existirá futuro sem presente e presente sempre com futuro. Existe, isso sim, um caminho que nos levará, com sorte, a um momento posterior que será nessa altura não mais que o nosso presente - no fundo o que desejamos quando, inocentes, projectamos o futuro, é um presente diferente. O que sendo a vida efémera não deixa de ser algo a ela contrária, desejar no hoje, um “hoje” diferente num amanhã improvável. - Tantas vezes este desejo leva a sentimentos de revolta, isolamento, incompreensão, desilusão, abandono, tristeza, desolação, conformismo e outros de que não me quero lembrar porque nem sequer conseguiria defini-los!
Tudo, porque desafiamos o tempo, matando-o, desejando ter noutro tempo o que o tempo não nos dá no tempo que temos. A consequência é arrasadora! O resultado será o adormecimento e a acomodação, tudo o que, a trazer alguma coisa, será mais do mesmo ou um mesmo ainda pior. Desejam então, os gurus do "depois", um futuro presente à imagem dos seus sonhos e são levados a esquecer, diga-se, comodamente e estupidamente, que os sonhos realizados no futuro derivam das vitórias e derrotas acumuladas no presente. Mas esse é esquecido em detrimento de algo que nunca existirá (pelo menos de uma forma diferente) sempre e quando não se agir e pensar de outras formas no momento em que a vida acontece. É que a vida não acontece amanhã... está a acontecer! E com ela vai passando a hipótese de concretização de tudo o que a essência de estar vivos permite. Pensar num amanhã diferente é pensar num hoje modificado!
Decidir diferente, agir diferente, sonhar diferente, pensar diferente, amar diferente, ver diferente, caminhar diferente nas planícies e montanhas do hoje que sustêm a nossa alma.
Ninguém poderá nunca questionar, que no nosso futuro nunca poderemos ter o nosso presente de volta. Como tinha razão quem disse, não me lembro quem: "…O Homem é a única criatura que se recusa a ser o que é..."
- Efémero! Acrescento eu.
Mas entendo esta ânsia do amanhã, acreditem! Entendo mesmo! Entendo bem a quimera do almejado “pote de ouro” no fim Arco-íris do futuro. Entendo porque sei que isso anestesia tantas vezes um sofrer que mata e, ao mesmo tempo, sempre servirá como comprimido de esperança que alivia. Compreendo o seu efeito “cor-de-rosa” que qual “ pílula do dia seguinte” tomam os que atordoam a dor do presente com comprimidos de sonhos futuros. Aprendem, com a droga que ingerem a matar tudo o que é deles, mas não aprendem a fazer viver o que os faz. O engraçado é a ironia desta teoria - É que sendo o ser humano uma realidade em constante evolução, tudo o que nos vai fazendo, mofifica-se consoante o tempo que por nós passa.
- A felicidade é algo que sentimos de forma mutável (inevitável!),
- O amor é algo experimentado com mais racionalidade e menos “poesia” (infelizmente!),
- A amizade é valorizada e compreendida noutros prismas (finalmente!),
- O primordial e secundário terão outras escalas (necessidade!)...
Ou seja: Desejamos hoje um futuro diferente para nós e com isso, quase sempre, abdicamos de viver o "agora" em troca do "depois". Mas quando lá chegamos, já não somos os mesmos, e seguramente o “agora” que desejamos no “antes” já não fará qualquer sentido. E mais uma vez lá chegados se inicia o ciclo... desejar no amanhã o que o hoje não nos dá. Assim, para sempre, enquanto o tempo permitir o momento seguinte.
Ironia Divina!
Abençoados os que conseguem chegar ao tal conceito de "Futuro" e de facto viver o tempo que lhes resta sem preocupação do momento seguinte, porque o que têm lhes dá a tranquilidade que nunca existiu até aí.
Abençoados!
Porque para todos os outros, esse momento chega pela mais mortal das formas. Pela maneira mais terrível! Não ter mais tempo, nem um já longínquo futuro para poder projectar.
Nesse momento, à cobardia e acomodação de um presente não vivido, junta-se a frustação de não poder ser diferente porque o futuro termina ao final do túnel. Vive-se num quotidiano, projectando num qualquer futuro, um “eu” que desfrutará de uma vida tranquila e poeticamente idealizada, tão poética que faz com que sacrifiquemos o presente. O problema é que este “eu” tantas vezes nunca se materializa e seguimos vivendo sem dar conta disso. Projectamos uma imagem de “nós” presente que se tornará completa num futuro, que não necessariamente existe. E quando nos damos conta disso é exactamente o momento em que deixamos de ser aquilo que nunca fomos. É neste momento que descobrimos como o “eu” presente foi escravo de um “eu” futuro, e como este nosso “eu” se converteu numa imagem semelhante e austera, e triste dele.
Não!
Recuso-me a aceitar que para ter continuidade devo abdicar dos pecados, dos erros, dos falhanços, dos amores e desamores, das lágrimas, das tristezas, das alegrias, dos sonhos, dos caminhos, das estradas, dos becos, dos abismos, dos campos, das planícies, das montanhas, dos mares, dos céus, das cores que hoje me pintam.
Não!
Continuarei a acreditar nas fundações dos tempos e que só existe um tempo que liga todos os outros, e esse tempo é o presente.
Tudo o resto deixo para os arquitectos que desenham o futuro em papéis que guardam numa gaveta, e para os poetas. Os primeiros porque me fazem querer não ter gavetas, os segundos porque me revelam a importância de estar de pé, respirar, e poder mudar o que de mim não goste.
Deixei de ser aquele que esperava,
Isto é, deixei de ser quem nunca fui...
Entre onda e onda a onda não se cava,
E tudo, em ser conjunto, dura e flui.
A seta treme, pois que, na ampla aljava,
O presente ao futuro cria e inclui.
Se os mares erguem sua fúria brava
É que a futura paz seu rastro obstrui.
Tudo depende do que não existe.
Por isso meu ser mudo se converte
Na própria semelhança, austero e triste.
Nada me explica. Nada me pertence.
E sobre tudo a lua alheia verte
A luz que tudo dissipa e nada vence
(Fernando Pessoa)
Vivam os poetas dignos desse nome, vivam todos os futuros que se orgulham dos presentes que os criaram.
14-12-2009
By Placido De Oliveira on quinta-feira, setembro 10, 2009
Descanso!
Hiberno a minha humanidade.
Descanso!
Solto a alma na amplitude infinita do sonho.
Percorro as esquinas da mente vagueando.
Vagabundo!
Sem estratégia, sem ontem, hoje ou amanhã.
Sem pressa, sem calma, sem nada!
Nada que me atrapalhe a não ser eu próprio.
Habito no disperso, no nada que é inteiro, tudo é nevoeiro.
Já não tenho nada para dar.
Ou será que ainda não tenho.
Meio copo, o copo todo, qualquer coisa que não exija copo.
Escorrego no jardim dos sonhos.
Observo as flores do entendimento, e as árvores do aprendido.
Cantos dispersos ou dispersados, ruídos, sons.
Pétalas de flor que caem, que sinto, que desminto, que desdigo.
Percorro os mares as planícies as montanhas.
Percorro!
Um rio que não sossega, um mar de lava em erupção.
Estou atento, desperto em cada manifesto.
Invento histórias, fábulas, contos, romances sobre tudo o que me preocupa.
E tanto me preocupa!
Sobre tudo o que me diverte.
E tanto me diverte!
Escrevo!
Página de um inexistente diário que tudo tenha, que nada lhe falte.
E teve!
Alucinação!
Flashes dos obtusos espaços que me constituem.
Dor!
Não, claro que não! Sou dono da história.
Reflexos!
Memórias que iluminam a escuridão de uma noite deslumbrantemente nua.
Labirintos!
Sombras onde pensamentos perdidos encontram todas as direcções.
Batimentos!
Ritmados pela percepção do perdido, do inalcançável, do desnorte e de tudo o oposto.
Caminhos!
Percursos vacilantes à deriva de todas as esquinas dos tempos.
Vazios!
Todas as fraquezas, todos os vícios, queda livre.
Abraços!
A todos os encontros no voo solitário pela claridade da escuridão.
Leis!
Abolidas por decreto, que raio! O momento é meu.
Nexos!
Nenhum ou todos. Sem direcção ou com direcção. Musicados ou em silêncio.
Imaginação!
Implacável tráfego de tempo sem espaço nem tempo.
Sonhos!
Vou no mastro do barco gritando os infinitos de ilhas imaginárias.
E teve! Isso tudo e o dobro do que lhe falta.
Nenhum farol me indicou o norte, viajei sem bilhete sem passageiros.
Subi as árvores para colher os frutos que matam a fome da nostalgia.
Agora imagino a casa limpa, arrumada, perfumada, quarto cheio, beijos com corpo sem ânsia da procura.
Vejo todos os que me fazem sonhar, cruzo-me com os olhos dos que me vêm.
Afasto as invejas da minha liberdade e quem dá mais força às amarras dos meus vazios.
Saio do voo!
É madrugada e o horizonte já espalha a sua claridade na minha sala sem estar em nada, simplesmente avisa que chegou.
Tudo volta à sua forma.
Céu, estrelas e planetas voltam à dimensão da minha dimensão.
Os ponteiros do relógio pararam, ou estarão ao contrário.
Abandono trajectos incertos e tomo à mesa o meu lugar.
No canhoto dos cheques aponto que acabei de pagar todas as contas.
Se tudo o que escrevi é nada!
Esqueçam-no!
Só o que existe se pode esquecer.
Se esquecerem, o momento existiu.
Agora!
Acabou a terapêutica.
Volto à realidade.
Fecho o diário.
10-09-2009
Hiberno a minha humanidade.
Descanso!
Solto a alma na amplitude infinita do sonho.
Percorro as esquinas da mente vagueando.
Vagabundo!
Sem estratégia, sem ontem, hoje ou amanhã.
Sem pressa, sem calma, sem nada!
Nada que me atrapalhe a não ser eu próprio.
Habito no disperso, no nada que é inteiro, tudo é nevoeiro.
Já não tenho nada para dar.
Ou será que ainda não tenho.
Meio copo, o copo todo, qualquer coisa que não exija copo.
Escorrego no jardim dos sonhos.
Observo as flores do entendimento, e as árvores do aprendido.
Cantos dispersos ou dispersados, ruídos, sons.
Pétalas de flor que caem, que sinto, que desminto, que desdigo.
Percorro os mares as planícies as montanhas.
Percorro!
Um rio que não sossega, um mar de lava em erupção.
Estou atento, desperto em cada manifesto.
Invento histórias, fábulas, contos, romances sobre tudo o que me preocupa.
E tanto me preocupa!
Sobre tudo o que me diverte.
E tanto me diverte!
Escrevo!
Página de um inexistente diário que tudo tenha, que nada lhe falte.
E teve!
Alucinação!
Flashes dos obtusos espaços que me constituem.
Dor!
Não, claro que não! Sou dono da história.
Reflexos!
Memórias que iluminam a escuridão de uma noite deslumbrantemente nua.
Labirintos!
Sombras onde pensamentos perdidos encontram todas as direcções.
Batimentos!
Ritmados pela percepção do perdido, do inalcançável, do desnorte e de tudo o oposto.
Caminhos!
Percursos vacilantes à deriva de todas as esquinas dos tempos.
Vazios!
Todas as fraquezas, todos os vícios, queda livre.
Abraços!
A todos os encontros no voo solitário pela claridade da escuridão.
Leis!
Abolidas por decreto, que raio! O momento é meu.
Nexos!
Nenhum ou todos. Sem direcção ou com direcção. Musicados ou em silêncio.
Imaginação!
Implacável tráfego de tempo sem espaço nem tempo.
Sonhos!
Vou no mastro do barco gritando os infinitos de ilhas imaginárias.
E teve! Isso tudo e o dobro do que lhe falta.
Nenhum farol me indicou o norte, viajei sem bilhete sem passageiros.
Subi as árvores para colher os frutos que matam a fome da nostalgia.
Agora imagino a casa limpa, arrumada, perfumada, quarto cheio, beijos com corpo sem ânsia da procura.
Vejo todos os que me fazem sonhar, cruzo-me com os olhos dos que me vêm.
Afasto as invejas da minha liberdade e quem dá mais força às amarras dos meus vazios.
Saio do voo!
É madrugada e o horizonte já espalha a sua claridade na minha sala sem estar em nada, simplesmente avisa que chegou.
Tudo volta à sua forma.
Céu, estrelas e planetas voltam à dimensão da minha dimensão.
Os ponteiros do relógio pararam, ou estarão ao contrário.
Abandono trajectos incertos e tomo à mesa o meu lugar.
No canhoto dos cheques aponto que acabei de pagar todas as contas.
Se tudo o que escrevi é nada!
Esqueçam-no!
Só o que existe se pode esquecer.
Se esquecerem, o momento existiu.
Agora!
Acabou a terapêutica.
Volto à realidade.
Fecho o diário.
10-09-2009
By Placido De Oliveira on sexta-feira, agosto 28, 2009
Se pudesse!
Alimentar a paz comendo a maça proibida.
Ter a lâmpada de Aladino e abrir a gruta de Ali Babá.
Percorrer as mil e uma noites no meu tapete.
Ser guardião da Arca da Aliança..
Entender os sete pecados capitais.
Abrir a caixa de Pandora.
Ser centurião com a ideia de Roma, cavaleiro da Távola Redonda.
Beber a imortalidade do santo Graal.
Ter a máquina do tempo.
Se pudesse!
Percorreria as estradas da utopia.
Tocaria a pele de todas as alquimias.
Atingiria o éden abraçado a uma estrela.
Viajaria em cima de um meteoro.
Seria um lado do quadrado da circunferência.
Abraçaria o raio para renascer na luz.
Embrulharia o sol para oferecer à fria solidão.
Cometeria o oitavo pecado capital… (não aceito sete)
Alagaria os desertos da inquietude.
Construíria planícies nas montanhas da luta.
Secaria os campos molhados de desespero.
Semearia todos os frutos da esperança.
Entraria nos portais das casas da saudade.
Treparia as árvores queimadas pela indiferença,
e com as cinzas faria diamantes de compreensão.
Tatuaria simplicidade nos rochedos do complexo.
Seria as mãos dos corpos amputados
Os olhos de todas as cegueiras
O farol de todos os fantasmas.
Se pudesse! Mas não posso! Ou poderei?
Sou uma criação finita, efémero por definição.
Mas ser mortal mata a eternidade? Nunca!
Que eu seja imortal enquanto dure o meu espírito.
Que ele abrace todos infinitos que o meu corpo nunca conseguirá tocar.
Antes que o finito me leve não serei mortal por nada ter feito.
Possível e impossível!
A ponte entre a parte mortal de um sonho e a imortalidade da sua realização.
Quero cruzar todas as pontes...
Mas seria interessante ter essa máquina do tempo…
Gostaria de poder ver o altar do meu réquiem.
28-08-2009
By Placido De Oliveira on segunda-feira, agosto 24, 2009
Acredito que momentos mágicos teremos
Para que sejamos nós mesmos de verdade
E na loucura da vida a fonte encontraremos
Para beber os sabores da plena felicidade
Embriagados pelos aromas de querer viver
Sem limites e com jovial loucura viajamos
Para a vida que merecemos e exigimos ter
E não a que nos impõem e nunca desejamos
Seremos livres para nos céus voar
Para outros mundos belos e risonhos
E aprenderemos dia a dia a disfrutar
Viver nos ventos dos nossos sonhos
Este futuro que imagino no meu pensamento
Não é um lamento por derrotas já acumuladas
É um grito interior de ânimo e grande alento
Pelas vitórias que ainda temos destinadas
É que se a prisão onde nos obrigam a respirar
Não tem os aromas que perfumam a nossa vida
Não deixemos que a velhice nos faça acreditar
Que não existia uma outra qualquer alternativa
Esta revolta que agora convosco quero partilhar
É uma esperança para que todos no seu cansaço
Possam algum dia ter forças para poder lutar
Pela felicidade forjada ao ritmo do seu passo
Para que sejamos nós mesmos de verdade
E na loucura da vida a fonte encontraremos
Para beber os sabores da plena felicidade
Embriagados pelos aromas de querer viver
Sem limites e com jovial loucura viajamos
Para a vida que merecemos e exigimos ter
E não a que nos impõem e nunca desejamos
Seremos livres para nos céus voar
Para outros mundos belos e risonhos
E aprenderemos dia a dia a disfrutar
Viver nos ventos dos nossos sonhos
Este futuro que imagino no meu pensamento
Não é um lamento por derrotas já acumuladas
É um grito interior de ânimo e grande alento
Pelas vitórias que ainda temos destinadas
É que se a prisão onde nos obrigam a respirar
Não tem os aromas que perfumam a nossa vida
Não deixemos que a velhice nos faça acreditar
Que não existia uma outra qualquer alternativa
Esta revolta que agora convosco quero partilhar
É uma esperança para que todos no seu cansaço
Possam algum dia ter forças para poder lutar
Pela felicidade forjada ao ritmo do seu passo
By Placido De Oliveira on segunda-feira, agosto 24, 2009
Que nestes momentos de introspecção, induzidos por uma época de sentimentos que vagueiam num espaço de magia e criação individual, possamos desejar que nada seja como até aqui, se o “até aqui” não é o desejado.
Que os sons desta época, sejam de cânticos de liberdade e revolta contra o que dentro de nós nos sufoca .
Que o despertar de cada um destes dias revele um “arco-íris” de alegria, e nele vejamos as cores de uma felicidade partilhada.
Que o frio que sentimos seja esquecido pelo calor dos corações daqueles que nos enchem de amor e carinho.
Que todos os que nos rodeiam nesta vida, possam ser relembrados pelo belo, eterno, justo, verdadeiro e puro.
Que os que já partiram sejam lembrados pelo contributo que tiveram para o que hoje somos.
Que saibamos ser humildes para valorizar o simples que conseguimos, e não nos deixemos navegar em oceanos de tristezas efémeras, motivadas pelo que não conseguimos ainda ter.
Que o olhar do futuro não nos faça esquecer que o presente exige todo o nosso empenho e dedicação.
Que não tenhamos esse sentimento de oferecer, porque assim está escrito, mas porque isso desejamos e sentimos.
Que sejamos essa criança que recebe um boneco, e com ele constrói um milhão das mais belas histórias.
E não os tiranos da hipocrisia sempre com palavras circunstanciais que não sentimos.
Que a alegria dos que nos perfumam a alma, seja a transcendente glória isoladamente sentida sem a necessidade de ser descoberta.
Porque se nestes tempos existem dias, na vida existe toda uma eternidade que pode, e deve ser vivida, como se em cada momento fosse natal.
E se o devemos fazer sempre, nestes dias não nos esqueçamos de dizer áqueles que o merecem, quanto os amamos e deles necessitamos para viver.
Porque não existe melhor prenda de natal que um verdadeiro abraço caloroso, um sussurrar daquelas palavras com corpo e alma que não tivemos coragem de noutros momentos proferir.
Um abraço de corpo e alma
natal de 2006
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By Placido De Oliveira on segunda-feira, agosto 24, 2009
Solidão, palavra tão isoladamente proferida, sentimento tão profundamente experimentado, por vezes conveniente “álibi” para a incompreensão da nossa realidade, do nosso caminho e da fragilidade no domínio da nossa existência.
Ninguém nega que em momentos essa palavra não seja consistente com o sentir da nossa alma, nem questiona a sua intermitente existência, mas poucos conseguem entender a sua essência, e ver nela um universo de ensinamentos sobre quem de facto somos.
É que, quase sempre, não entendemos que a nossa solidão, ou pelo menos o que julgamos como tal, tem o seu embrião em nós mesmos, nos mares profundos do nosso ser.
Cresce protegida pelo facto de em determinados momentos, mais ou menos prolongados da nossa vida, em vez de construirmos “pontes” mais não fazemos que construir “paredes”, onde recriamos com uma excelência que até desconhecemos que existe, o micro clima ideal para a sua sobrevivência.
E é aqui que quase sempre tudo começa, principio e por vezes fim de nos mesmos, causa e efeito, dia e noite de uma existência que poderá nunca mais vir a ser a mesma.
Porque nessas “paredes” douradas onde nos refugiamos vivemos uma existência…
…… Perdidos na comodidade da ignorância.
Rodeamo-nos do que nos surge, não pensamos, estamos cansados demais para esse processo que acreditamos não nos dar a chave da saída.
Agimos sem intenção de construir, e destruímos sem nos apercebemos do efeito dessa destruição (na verdade até acreditamos nada ter para destruir).
Existimos sem preocupação de viver, mas pensamos que vivemos existindo, acreditamos que descobrimos a nossa essência na facilidade do fluir do tempo, sentimo-nos superiores a todos os que não podem realizar tal proeza de viver a despreocupada magia do efémero.
E nunca compreenderemos que a verdadeira nobreza esta em trilhar um caminho que nos leve sempre a sermos superiores ao que éramos antes.
Valorizamos o conjuntural esquecemos o eterno, rendemos homenagem ao acordo fácil e nunca à palavra discordante mas pura, preocupada e amiga, e vivemos com aqueles que pensamos nos privam da solidão, mas que nunca nos farão “companhia”.
Vivemos um mundo de não verdade, qual “Matrix” revisitado, e cometemos o erro de não compreender que essa verdade é a que desejamos ver, mas não a que de facto existe.
Desculpamo-nos com o que a vida nos vai dando, nunca assumimos a nossa responsabilidade, tudo é culpa de terceiros - da vida, das pessoas, dos amigos, dos conhecidos, da sociedade, da conjuntura - mas nunca! Mesmo nunca assumiremos que “não são as ervas daninhas que matam as boas sementes, mas sim os erros de um desleixado agricultor”.
E como o lento caminhar das águas de um rio até ao mar, perdemo-nos nas curvas, evaporamo-nos no percurso, chocamos contra as rochas e caímos na terra.
Caímos de precipícios, por vezes somos desviados para alimento de outras terras férteis, outras vezes prendem-nos em muralhas construídas para não nos deixarem seguir.
Em todo este percurso experimentamos tudo e por vezes perdemos completamente a esperança, e dessa forma a possibilidade de chegar ao tão desejado mar da liberdade.
Mas se um dia estivermos num sítio onde as águas de um rio desaguam num qualquer mar, verificaremos que existem gotas de água que todas juntas formam um belo rio, e que conseguem chegar ao seu destino apesar de todos os obstáculos colocados no seu caminho.
E assim fizeram porque nunca perderam a esperança, qualidade que adquiriram com a verdade, constância e coragem, com repetidos esforços e uma longa paciência.
É que para manterem a esperança, essas aguas sabem que têm conviver com o desespero e ir para além dele, perderão muitos amigos nesse percurso, mas também têm presente que nas nuvens negras que por vezes avistam, existirão chuvas de agua pura que trarão outros para ajudar nessa batalha.
E no seu fluir continuo pelos caudais aos quais estão confinadas, têm a certeza que no final de uma noite vencida, existirá uma aurora, e quem sabe a deslumbrante vista de uma mar puro e eterno para viver.
Estas águas dão-nos uma lição de vida! Sabem que não podem desistir, esse é o seu destino.
Sabem que não podem cair nessa doença de carácter que tem por sintomas a falta de firmeza para tudo, a leviandade no agir e no dizer.
Essa leviandade com a vida, que torna os nossos planos de cada dia tão vazios, que se não reagimos a tempo fará de nós bonecos mortos e inúteis, qual marioneta que só ganha vida impelida pelos movimentos que alguém lhe quiser dar.
E se assim pensarmos, talvez compreendamos que é diferente tentar ser alguém de intrínseco valor, do que alguém com efémero sucesso.
Que primeiro na vida temos que decidir o que queremos para obter isso mesmo, que à beira de um precipício só há uma maneira de andar para a frente: dar um passo atrás, que tudo o que fizermos hoje tem consequências e pode condicionar o nosso futuro.
Nunca existirá esquecimento para as pegadas que escrevemos na alma, e sempre que nos enganamos a nós mesmos cometemos a maior fraude possível na vida, e a partir daqui, todo o pecado é fácil.
E só saberemos quanto estamos perdidos, no momento em que verificamos que já não conseguimos suster-nos com os dois pés na profundidade do rio onde navegamos.
Recompensem com uma fonte inesgotável quem vos presenteou com uma gota de água.
“Se fizerem um favor, não o recordem; se receberem um favor, nunca o esqueçam”.
Façam um favor a vocês mesmos convertam-se nessa gota de água que conseguiu desaguar num qualquer mar, e que hoje é tão cristalina, pura e forte, que sempre que aparece, nos perdemos na admiração da sua beleza.
11-11-2010
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By Placido De Oliveira on segunda-feira, agosto 24, 2009
Naquela manhã...
Estúpido mas inevitável encontro...
Fecho os olhos!
Sinto-me intensamente escavado e rebuscado no meu interior.
O desespero das nossas mãos... a mágoa em aflição dos nossos lábios, procurando-se na angústia da cruel certeza que tu própria ditaras...
Tal como um passageiro clandestino julga ter o direito de parar a viagem...
Lembras-te?
Foi no beijo instintivo e animal que demos, exactamente aí, que procurámos tudo e quisemos tudo.
Encontrámo-nos já nem sei onde, num simples cruzar de vidas...
Ninguém sabia de onde vinha nem para onde ia, apenas buscava algo, num chamamento desconhecido.
Não me recordo do momento despido do teu beijo, nem do aroma dilatado do teu corpo.
Vejo apenas e depois, a união casual dos nossos corpos a fundirem-se.
Poesia...
Narração sentimental e quente do abraço dos nossos seres.
Apelo do inconsciente...
Vindo, de um sonho húmido e fugaz...
Limite de um momento!
No espaço inesperado dum gemido, mais um beijo aconteceu, simplesmente...
Ao sabor dos delírios sensuais, num nascer irreflectido do prazer.
Lembras-te?...
Depois saíste!
Deixaste os teus beijos, prostituidos mas desejados...
A recordação de um quarto profanado envolto em memórias sensuais.
Saíste!...
Lembro-me ainda de te ver sorrir para aquela recordação da minha imagem...
Foi um pecado, sabes?
Tudo isso foi um pecado...
Um pecado virgem, imaturo, precocemente alimentado e construído...
Mas sobretudo, um pecado querido aquele que vivemos e sonhámos, sonhando vivê-lo.
Um gesto cego de viver a vida e a felicidade.
O futuro...
Esse, perdemo-lo porque nunca o desejámos nosso
...
Nós
(hoje sei porquê, distintamente)
Nem sequer dissemos adeus!
Há paixões que desaguam na vida
E às quais porque únicas
Matamos antes de nascer….
Para que fique a eternidade, a eternidade do momento...
E tudo o resto esquecemos.
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