20-05-2010
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By Placido De Oliveira on quinta-feira, março 18, 2010
O futuro é um desejo que desperta com o fluir de todas as experiências vividas nesse momento chamado presente!
Não é construção projectada com traços de arquitecto idealista, mas pintura abstracta de uma consciência que se transforma, consoante as cores que experimenta. É consequência, nunca objectivo.
É caminho, nunca chegada.
É um conceito que se extingue à medida que o tempo passa. Nunca existirá futuro sem presente e presente sempre com futuro. Existe, isso sim, um caminho que nos levará, com sorte, a um momento posterior que será nessa altura não mais que o nosso presente - no fundo o que desejamos quando, inocentes, projectamos o futuro, é um presente diferente. O que sendo a vida efémera não deixa de ser algo a ela contrária, desejar no hoje, um “hoje” diferente num amanhã improvável. - Tantas vezes este desejo leva a sentimentos de revolta, isolamento, incompreensão, desilusão, abandono, tristeza, desolação, conformismo e outros de que não me quero lembrar porque nem sequer conseguiria defini-los!
Tudo, porque desafiamos o tempo, matando-o, desejando ter noutro tempo o que o tempo não nos dá no tempo que temos. A consequência é arrasadora! O resultado será o adormecimento e a acomodação, tudo o que, a trazer alguma coisa, será mais do mesmo ou um mesmo ainda pior. Desejam então, os gurus do "depois", um futuro presente à imagem dos seus sonhos e são levados a esquecer, diga-se, comodamente e estupidamente, que os sonhos realizados no futuro derivam das vitórias e derrotas acumuladas no presente. Mas esse é esquecido em detrimento de algo que nunca existirá (pelo menos de uma forma diferente) sempre e quando não se agir e pensar de outras formas no momento em que a vida acontece. É que a vida não acontece amanhã... está a acontecer! E com ela vai passando a hipótese de concretização de tudo o que a essência de estar vivos permite. Pensar num amanhã diferente é pensar num hoje modificado!
Decidir diferente, agir diferente, sonhar diferente, pensar diferente, amar diferente, ver diferente, caminhar diferente nas planícies e montanhas do hoje que sustêm a nossa alma.
Ninguém poderá nunca questionar, que no nosso futuro nunca poderemos ter o nosso presente de volta. Como tinha razão quem disse, não me lembro quem: "…O Homem é a única criatura que se recusa a ser o que é..."
- Efémero! Acrescento eu.
Mas entendo esta ânsia do amanhã, acreditem! Entendo mesmo! Entendo bem a quimera do almejado “pote de ouro” no fim Arco-íris do futuro. Entendo porque sei que isso anestesia tantas vezes um sofrer que mata e, ao mesmo tempo, sempre servirá como comprimido de esperança que alivia. Compreendo o seu efeito “cor-de-rosa” que qual “ pílula do dia seguinte” tomam os que atordoam a dor do presente com comprimidos de sonhos futuros. Aprendem, com a droga que ingerem a matar tudo o que é deles, mas não aprendem a fazer viver o que os faz. O engraçado é a ironia desta teoria - É que sendo o ser humano uma realidade em constante evolução, tudo o que nos vai fazendo, mofifica-se consoante o tempo que por nós passa.
- A felicidade é algo que sentimos de forma mutável (inevitável!),
- O amor é algo experimentado com mais racionalidade e menos “poesia” (infelizmente!),
- A amizade é valorizada e compreendida noutros prismas (finalmente!),
- O primordial e secundário terão outras escalas (necessidade!)...
Ou seja: Desejamos hoje um futuro diferente para nós e com isso, quase sempre, abdicamos de viver o "agora" em troca do "depois". Mas quando lá chegamos, já não somos os mesmos, e seguramente o “agora” que desejamos no “antes” já não fará qualquer sentido. E mais uma vez lá chegados se inicia o ciclo... desejar no amanhã o que o hoje não nos dá. Assim, para sempre, enquanto o tempo permitir o momento seguinte.
Ironia Divina!
Abençoados os que conseguem chegar ao tal conceito de "Futuro" e de facto viver o tempo que lhes resta sem preocupação do momento seguinte, porque o que têm lhes dá a tranquilidade que nunca existiu até aí.
Abençoados!
Porque para todos os outros, esse momento chega pela mais mortal das formas. Pela maneira mais terrível! Não ter mais tempo, nem um já longínquo futuro para poder projectar.
Nesse momento, à cobardia e acomodação de um presente não vivido, junta-se a frustação de não poder ser diferente porque o futuro termina ao final do túnel. Vive-se num quotidiano, projectando num qualquer futuro, um “eu” que desfrutará de uma vida tranquila e poeticamente idealizada, tão poética que faz com que sacrifiquemos o presente. O problema é que este “eu” tantas vezes nunca se materializa e seguimos vivendo sem dar conta disso. Projectamos uma imagem de “nós” presente que se tornará completa num futuro, que não necessariamente existe. E quando nos damos conta disso é exactamente o momento em que deixamos de ser aquilo que nunca fomos. É neste momento que descobrimos como o “eu” presente foi escravo de um “eu” futuro, e como este nosso “eu” se converteu numa imagem semelhante e austera, e triste dele.
Não!
Recuso-me a aceitar que para ter continuidade devo abdicar dos pecados, dos erros, dos falhanços, dos amores e desamores, das lágrimas, das tristezas, das alegrias, dos sonhos, dos caminhos, das estradas, dos becos, dos abismos, dos campos, das planícies, das montanhas, dos mares, dos céus, das cores que hoje me pintam.
Não!
Continuarei a acreditar nas fundações dos tempos e que só existe um tempo que liga todos os outros, e esse tempo é o presente.
Tudo o resto deixo para os arquitectos que desenham o futuro em papéis que guardam numa gaveta, e para os poetas. Os primeiros porque me fazem querer não ter gavetas, os segundos porque me revelam a importância de estar de pé, respirar, e poder mudar o que de mim não goste.
Deixei de ser aquele que esperava,
Isto é, deixei de ser quem nunca fui...
Entre onda e onda a onda não se cava,
E tudo, em ser conjunto, dura e flui.
A seta treme, pois que, na ampla aljava,
O presente ao futuro cria e inclui.
Se os mares erguem sua fúria brava
É que a futura paz seu rastro obstrui.
Tudo depende do que não existe.
Por isso meu ser mudo se converte
Na própria semelhança, austero e triste.
Nada me explica. Nada me pertence.
E sobre tudo a lua alheia verte
A luz que tudo dissipa e nada vence
(Fernando Pessoa)
Vivam os poetas dignos desse nome, vivam todos os futuros que se orgulham dos presentes que os criaram.
14-12-2009
By Placido De Oliveira on segunda-feira, agosto 24, 2009
A minha alma agoniza
Numa cela confinada
Quer sair, ser na brisa
Pelo vento acarinhada
Isolada em quarto oposto
Às paredes onde habito
Com lágrimas no rosto
Solta amordaçado grito
Grito de quem desespera
Para me ter a seu lado
De quem sabe que na espera
É sangue de corpo emigrado
A minha alma quer partir
Encontrar outro abrigo
Quer ser livre, se evadir
Viajar sem estar comigo
Nas águas de qualquer rio
Deseja um novo baptismo
Servir qualquer senhorio
Que não reze ao quixotismo
Caminha descalça de tudo
Vagueia em estrada sem fim
Sente o seu corpo desnudo
Vai nua sem roupa de mim
Tem frio mas não se tapa
Tudo dela está ausente
Clandestina e sem mapa
Treme em pele que já não sente
Às estrelas do firmamento
Confessa a esperança no dia
Desse novo renascimento
De quem morre na utopia
E nesta aparente calma
De quem pensa que viveu
Por cada lágrima da alma
Sofre ela, sofro eu
Tenho vida e muita história
Dei passos em cada estação
Mas não encontro memória
De não ter paz sem razão
Vivo efémeros sentimentos
Sou um clone de alguém
Tenho inúteis pensamentos
Sem alma não sou ninguém
Sou mendigo em viagem
Não tenho sabor de vitória
Não suo qualquer linguagem
Não vivo qualquer glória
Sou um desesperado refém
Duma máscara de momentos
Para mostrar-me a alguém
Ocultando meus tormentos
Sou o rosto da perdição
Ignoro quem me reclama
Em cada comemoração
Sabor amargo sem chama
Sou esse rio escondido
Que por momentos secou
Sou esse jardim despido
Que o vazio conquistou
Sou um rei sem trono
Amo de gente muda
Sou coração sem dono
Mente que pede ajuda
Meus olhos não queriam ver
Quem sem mim está perdida
Que sem ela sou um ser
Sem razão para dar à vida
Resta-me a consciência
De saber que na verdade
Sem alma a minha existência
Não dá passos em liberdade
Este amor não tem idade
Nem porto nem estação
Tem uma única verdade
Corpo e alma em união
Ecos de um só grito
Partamos à aventura
No fim veremos escrito
Na lápide da sepultura
Fomos maestro e melodia
Corrente e acorrentados
Fado, ópera ou sinfonia
Pelo amor sempre tocados
24-09-2008
By Placido De Oliveira on segunda-feira, agosto 24, 2009
Talvez as relações amorosas devessem vir acompanhadas de um manual de instruções em varias línguas, porque na era do amor sem barreiras geográficas tal seria importante.
Todos dedicamos ao tema do amor muito tempo das nossas vidas, quer em conversas nos mais díspares espaços e com os mais diversos interlocutores, quer nos momentos em que isoladamente tentamos (pobres que nunca compreendemos que é impossível…) definir o seu conceito.
Desistimos sempre desse desígnio de qualificar o inqualificável, e contentamo-nos -quase sempre - em listar uma séria de factores que o mesmo deverá incluir seja qual for a sua definição.
Tanto tempo dispendido com esta temática, que deveríamos num determinado momento das nossas vidas ser apelidados de “gurus” do AMOR, e ser convidados a dar palestras nas universidades da vida.
A verdade é que sabemos sempre começá-las, agarramo-nos aos inícios com a sabedoria dos mágicos, operámos transformações milagrosas em nós próprios e no objecto do nosso amor, de repente tudo nos é fácil e grato, sentimo-nos com asas de falcões, nas nossas costas cresce uma capa encarnada e carregamos no peito o símbolo do Super Homem, tudo é óbvio visto assim, o mundo aparece aos nossos olhos como um jardim florido.
Não há nada melhor do que começar uma relação.
O novo é irresistível. Descobrem-se coincidências que vão desde a mesma colecção de cromos, às músicas que escutamos, aos gostos culinários (o sushi que detestávamos até que nos começa a parecer o melhor petisco dos deuses…). Descobrimos o prazer que não tínhamos numa saída com gente que nada nos diz, e drogamo-nos com todas as palavras que escutamos, e que sempre pensamos merecer.
É a primeira vez, outra vez em tudo.
Descobrimos o outro em nós e nós no outro.
Descobrimos que afinal sabemos cozinhar e até uma visita ao Mosteiro dos Jerónimos (antes entediante) nos parece de um imenso romantismo.
No início de todos os inícios sentimo-nos tão estupidamente felizes que seríamos capazes de morrer a seguir, porque achamos que atingimos o ponto máximo da felicidade.
Mas o pior, o pior mesmo, vem a seguir, como dizia o Picasso "…bom mesmo é o início porque a seguir começa logo o fim…". E quando o fim chega já é tarde demais para voltar atrás. (e como faria falta o tal manual para saber como com ele lidar)
É sempre tarde demais, porque isto do amor é mesmo uma coisa complicada, começa-se do nada, vive-se na ilusão que se tem tudo, mas o que fica quando o amor acaba é um nada ainda maior.
E o pior (dizem os comuns mortais) é que na primeira oportunidade repetimos os mesmos erros à espera de resultados diferentes (o que até me agrada pois é um bom sintoma de demência).
Aos poucos vamos vendo o amor perdendo-se, acabando...sentindo a cada dia mais distância do outro.
O seu sorriso já não é o mesmo, já não aceita a rotina como antes, já não nos olha com tanta ternura, e já não faz questão de esconder o descontentamento...
Sentimos uma grande saudade do que fomos, do que juntos sonhamos, de tudo o que com felicidade construímos. Não sabemos nada dos sentimentos da alma que um dia julgamos gémea da nossa, sabemos apenas do nosso coração, que sente medo, que foge dos sentimentos, que não se entrega mais e que vive atormentado de culpas a perguntar:
Porque?
Num determinado momento compreendemos que: o que mais nos dói é saber que o nosso “eu” e outro “eu” nunca construirão o “nós”.
E quem se considere imune a tais disparates e nunca tenha passado por estas avarias sentimentais, que atire a primeira pedra…
Alguém (desses eruditos que estão sempre seguros de tudo.....) escreveu "… primeiro parece fácil, é o coração que arrasta a cabeça, a vontade de ser feliz que cala as dúvidas e os medos. Mas depois é a cabeça que trava o coração, as pequenas coisas que parecem derrotar as grandes, um sufoco inexplicável que aparece onde antes estava a intimidade …."
E pronto, já está tudo estragado. Acaba-se a festa, o delírio, o fogo de artifício, o sabor da novidade e onde vamos parar? Ao vazio. Ao abismo. Ao grande buraco negro dessa coisa horrível e inevitável que se chama depois, DEPOIS DE SE APAGAR A CHAMA.
Mas esta é a condição humana, doa a quem doer.
Ou então, a ironia da vida separa os amantes para sempre e o fim do amor é o início do mito do amor eterno. Pedro e Inês foram sepultados de frente um para o outro, para que se pudessem ver, caso regressassem ao mundo. Romeu e Julieta nunca mais se separaram no imaginário Ocidental. Dante viveu para sempre ao lado de Beatriz, a Penélope recuperou o seu guerreiro depois de 20 anos de espera.
O amor esse mistério que antecede a vida e sobrevive à morte, reina como um tirano por cima de todas as coisas, mas poucos são os que o conseguem agarrar. É mais difícil de alcançar do que o Olimpo, porque não está nem no céu nem na terra, paira como uma substância invisível, mais leve que o ar, mais profundo que toda a água dos oceanos.
Pode até ser apenas uma invenção dos homens para fugir à morte, ou uma realidade para dar razão à vida.
Mas! Ilustres e comuns cortais, tudo o que é belo é digno das nossas lutas, e por isso fujamos dessa terra sem esperança, onde habitam os crentes de que na vida não existe sofrimento, esses que ainda não descobriram que nos caminhos do amor qualquer sofrimento vale a pena.
“ …ainda pior a convicção do não, ou a incerteza do talvez, é a desilusão de um quase….”
É o “quase” que nos deve entristecer, "...que nos mata trazendo tudo o que poderíamos ter sido e não fomos. Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase amou não amou. Basta pensar nas oportunidades que escaparam entre os dedos, nos momentos que se perdem por medo, nas ideias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no Outono. Perguntamo-nos às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna, a resposta está estampada na distância e na frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços na indiferença dos “bons dias”, quase que sussurrados. Sobra a covardia e falta de coragem até para sermos felizes..." (Sarah Westphal)
Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor. Mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio-termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza.
De nada adianta economizar a alma, um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance.
Ah! Ânsia de amar Febre bendita...É Inevitável! Um dia perderei outra vez a lucidez e voltarei a amar.
11-11-2010
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By Placido De Oliveira on segunda-feira, agosto 24, 2009
Numa folha colorida
De uma vida arrancada
Vou cantar um hino à vida
Vou compor uma balada
Sons de cantor sem voz
Que da vida faz canção
Num ritmo sempre veloz
Sem qualquer diapasão
Neste trotear de sons
Uma música já ecoa
Não interessam os acordes
Se a palavra for boa
A vida é pássaro ferido
Num imenso vendaval
É um barco perdido
Num enorme temporal
É flor que desespera
Pelo seu raio de luz
É lavrador que espera
Pelo que a terra produz
É sentir-se exilado
Numa terra num país
E sentir-se abandonado
Por quem mais nos diz
São conquistas guardadas
Por temor ou por opção
Por armas disparadas
Com a nossa própria mão
Mesmo que sintamos frio
É preciso não esquecer
Que podemos ser um rio
Que desagua onde quer
É um mar de almas livres
Continuamente a crescer
Que das memórias faz livros
Para que possamos ler
É um palco de esperança
Para quem com vontade
Quiser ser como a criança
Que só sente liberdade
É um belo e imenso mar
Fluindo sem barreiras
Onde temos que nadar
De variadas maneiras
Por vezes é perseguida
Pela força do mais forte
Mas a força desta vida
É maior que a sua morte
Mesmo que tenha passado
Sem que tenhamos conseguido
O que teríamos desejado
Nela ter construído
E por isso ter que pagar
Com lágrimas derramadas
O preço de carregar
Vidas não desejadas
Pensem muito claramente
E com os cinco sentidos
Que no meio de tanta gente
Um dia estivemos vivos
E enquanto respiramos
Saiámos desse coma profundo
De não ser quem desejamos
E lutemos por esse mundo
E se em qualquer canção
Existe sempre um refrão
Esta é a excepção
Que à regra dá razão
24/08/2009
De uma vida arrancada
Vou cantar um hino à vida
Vou compor uma balada
Sons de cantor sem voz
Que da vida faz canção
Num ritmo sempre veloz
Sem qualquer diapasão
Neste trotear de sons
Uma música já ecoa
Não interessam os acordes
Se a palavra for boa
A vida é pássaro ferido
Num imenso vendaval
É um barco perdido
Num enorme temporal
É flor que desespera
Pelo seu raio de luz
É lavrador que espera
Pelo que a terra produz
É sentir-se exilado
Numa terra num país
E sentir-se abandonado
Por quem mais nos diz
São conquistas guardadas
Por temor ou por opção
Por armas disparadas
Com a nossa própria mão
Mesmo que sintamos frio
É preciso não esquecer
Que podemos ser um rio
Que desagua onde quer
É um mar de almas livres
Continuamente a crescer
Que das memórias faz livros
Para que possamos ler
É um palco de esperança
Para quem com vontade
Quiser ser como a criança
Que só sente liberdade
É um belo e imenso mar
Fluindo sem barreiras
Onde temos que nadar
De variadas maneiras
Por vezes é perseguida
Pela força do mais forte
Mas a força desta vida
É maior que a sua morte
Mesmo que tenha passado
Sem que tenhamos conseguido
O que teríamos desejado
Nela ter construído
E por isso ter que pagar
Com lágrimas derramadas
O preço de carregar
Vidas não desejadas
Pensem muito claramente
E com os cinco sentidos
Que no meio de tanta gente
Um dia estivemos vivos
E enquanto respiramos
Saiámos desse coma profundo
De não ser quem desejamos
E lutemos por esse mundo
E se em qualquer canção
Existe sempre um refrão
Esta é a excepção
Que à regra dá razão
24/08/2009
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