Poesia e pensamentos livres

Porque me pedes o impossível. Porque exiges o que não é nosso. Exiges o depois, o momento seguinte. O amanhã! Pedes tão grande a alguém tão pequeno. Pedes tanta coisa, a quem se sente tão pouco. Não odeies os meus silêncios, nem sempre eles calam. Não rezes pelas minhas palavras, nem sempre elas falam. Não! Não quero ver-te triste. Mas não te posso dar o que não é meu. Mulher!...
E tu não existes e eu sou Misteriosa encruzilhada Propriedade abandonada Lágrima dolorida Cicatriz sem ferida Sorriso envergonhado Esculpido na solidão Animal enjaulado Que espera adopção Família sem sustento Mágoa cansada Desejado alimento Em mesa abandonada Metade de metade Gesto de outro gesto Mendigo da saudade Divisão sem resto Construção demorada Invisível no acaso Plenitude do nada Flor...
Por tua culpa, por minha culpa, por sabe-se lá culpa de quem, acabo de sair do cinema mudo, da rocha calcada abandonada e sonolenta da apatia. Desse buraco negro onde todas as direcções são boas porque nunca se sai do mesmo sítio. Todos os meus pensamentos são agora traços firmes tatuados sem receios num papel deslumbrado com a minha convicção. Ouso querer pintar o infinito e superiorizar-me à...
Estás ausente! Nada te pode dar esta minha vontade de dar-te algo. Dou-te uma solidão que sabes ser tua e só assim a quero. Dou-te este tempo porque tu és o meu tempo. Todos os outros tempos não sabem nada de nós. Dou-te estes momentos no mudo assombro da necessidade de ter o que sempre perco na tua ausência. Se eu te contasse o que imagino e relembro nestes momentos que me ensinam quanto...
Disperso momento Não sei o que quero Sei que me ausento Num acto sincero No nada que tenho Quadro encantado Esquecido desenho Em papel já usado Imagino que tenho O que penso querer A ânsia contenho Querer é sofrer Nunca o engenho É pouco ou demais Cansado me empenho Não desisto jamais Nunca me canso De partir e chegar No vazio me lanço Para me encontrar Nas estradas de mim Caminho certeiro Eu...
Já experimentei os sabores Das ementas realistas E o perfume de flores Em mesas fatalistas Já ingeri alimentos De cardápios idealistas E partilhei momentos Com cores surrealistas Já bebi águas impuras Elixires predestinados Alimentei às escuras Uma fome de pecados Já senti a escravidão De almas em sangue esvaído Cuja única aptidão Era viver sem ter nascido Já senti a hipocrisia Do gesto penitente De...

Popular Posts