Poesia e pensamentos livres

Estás ausente! Nada te pode dar esta minha vontade de dar-te algo. Dou-te uma solidão que sabes ser tua e só assim a quero. Dou-te este tempo porque tu és o meu tempo. Todos os outros tempos não sabem nada de nós. Dou-te estes momentos no mudo assombro da necessidade de ter o que sempre perco na tua ausência. Se eu te contasse o que imagino e relembro nestes momentos que me ensinam quanto...
Disperso momento Não sei o que quero Sei que me ausento Num acto sincero No nada que tenho Quadro encantado Esquecido desenho Em papel já usado Imagino que tenho O que penso querer A ânsia contenho Querer é sofrer Nunca o engenho É pouco ou demais Cansado me empenho Não desisto jamais Nunca me canso De partir e chegar No vazio me lanço Para me encontrar Nas estradas de mim Caminho certeiro Eu...
Já experimentei os sabores Das ementas realistas E o perfume de flores Em mesas fatalistas Já ingeri alimentos De cardápios idealistas E partilhei momentos Com cores surrealistas Já bebi águas impuras Elixires predestinados Alimentei às escuras Uma fome de pecados Já senti a escravidão De almas em sangue esvaído Cuja única aptidão Era viver sem ter nascido Já senti a hipocrisia Do gesto penitente De...
Nada será como antes, porque o antes já não é o que nos faz. O agora é o antes de um depois que nos fará... O passado é o anexo De presente já vivido O futuro um reflexo De presente construído Tudo muda! Somos matéria em transformação... A ânsia de liberdade e a imagem de escravidão. O amor desejado, o amor experimentado O amor contratado o amor vendido. A paixão fugaz, a paixão que permanece A...
Agradeço este teu último e digno acto. Agradeço! Mesmo sabendo que dele esperas o que desconheces que não desejas e o que bem sabes que não te darei. Agradeço! Mesmo sabendo que ignoras que amar não é uma flor cuja beleza desabrocha para a vida, mas sim a raiz de uma árvore que se fixa na terra e que se alimenta do sol de “ontem” para crescer esplendorosa num contínuo “amanhã” iluminado. Todo...
Olho, olho-te! Sinto que o tempo parou! Sais em silêncio. Ironia! Surpreendeste-me! O que sempre me incomodou em ti foram os teus barulhos. Fica o caminho sinuoso que nos trouxe até aqui. Tudo o demais reflexos de um rosto que deposita as desilusões aos infinitos pés da verdade. A vida despede-se de um momento para saudar outro. Cansaço! Mais uma vez o dramatismo do fim de linha e o peso de...

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