By Placido De Oliveira on domingo, fevereiro 24, 2019
Posted in hipocrisia, indiferença, realidade, verdade | 1 comment
By Placido De Oliveira on quarta-feira, janeiro 06, 2016
Posted in homenagem ao pai, morte, pai, saudade | 1 comment
By Placido De Oliveira on sexta-feira, janeiro 16, 2015
Perdi-te!
De tão profundo que foi este meu não querer, só me encontrei no teu adeus.
Esqueci-me de ti nas pequenas e grandes coisas, nessa solidão estúpida em que sou sombra do teu sonho.
Fiz de errante ilusão a razão da minha invisibilidade.
Não duraste! Nada dura em mim mais que o fácil com a duração do pouco.
Na pele suam todos os silêncios de vozes que não me pertencem.
De dia sou nulidade, de noite não sou de um lugar nem de outro.
E no resto do tempo vivo tentando chegar às margens de ti.
Como não te posso esperar, se todo o meu tempo é saudade.
Sem ti não sou palavra, nem poema, nem absolutamente nada que valha a pena.
Como explicar-te!
Que a tua ausência não cabe em mim.
Que me dói o fim de um querer que permitiu a perda.
Que só existo na metade da vida que não inventei.
No púlpito da minha ignorância sou mero escravo de mãos ausentes.
Não te valorizei e nos teus restos não encontro forma de ser sozinho.
A minha solidão só em ti encontra adequada companhia.
Nunca escutei nem conversei com os teus segredos.
E sempre o meu egoísmo me exigiu ser parte deles.
No que não te disse acabei por falar o que devia ter calado.
Perdoa-me! A imperfeição de ter vivido para a minha criação e não para mim.
Que se eu fui assim planeado quero o resto de mim que caiba no teu sonho.
Não posso lembrar-me do que esqueci mas todos os sonhos falam de ti.
Quero uma nova história, uma oportunidade num novo tempo.
Deposito na esperança do perdão a minha única glória.
E se no que agora desejo vires valor, esquece-me a mim, o melhor de mim só existe fora da minha vontade.
Agora sou do tamanho que me quiseres dar e que em mim consigas ver.
Mas consente-me este desejo do recomeço, porque nada mais me resta do fracasso.
E se este humilde grito não te trouxer de volta,
que o que de mim em ti reste, por inteiro assim o guardes.
Porque se todas as vozes me levam ao caos da culpa,
todas as outras se calam porque de mim nunca partistes.
16/01/2015
By Placido De Oliveira on quinta-feira, agosto 28, 2014
Talvez um dia escreva!
(...)
Talvez escreva para ser desimportante.
Talvez escreva para ser proporção, fragmento, parte.
Talvez escreva porque sou escasso.
Talvez escreva porque sou do tamanho dessa insignificância.
Talvez escreva porque não tenho outro espelho que me minta.
Talvez escreva porque me falta tudo o que tenho e não me alcanço.
Talvez escreva porque tenho fé no desassossego.
Talvez escreva porque estou em transito.
Talvez escreva porque sou erro incompleto.
Talvez escreva porque é errado.
Talvez escreva porque uma parte de mim esta perdida e a outra teima em acompanha-la.
Talvez escreva para me organizar, definir, reconstruir.
Talvez escreva para entender o pensamento.
Talvez escreva porque sou incógnito nessa festa.
Talvez escreva porque sou tentativa mal sucedida de ser parte de outra parte.
Talvez escreva porque quero mais do menos que me completa.
Talvez escreva porque é tarde, estou cansado e não tenho pressa de mais nada.
Talvez escreva porque quero ser culpado de tentar.
Talvez escreva porque não vejo outra saída.
Talvez escreva porque sou infantil ou infantilmente nisso acredito.
Talvez escreva porque ninguém respira perto de mim e o ar de mim é só meu
Talvez escreva porque estou perdido na calma.
Talvez escreva porque não tenho motivo.
Talvez escreva porque não tenho perguntas.
Talvez escreva porque não tenho respostas.
Talvez escreva porque não sei sair do princípio.
Talvez escreva porque me é tão difícil fazê-lo.
Talvez escreva porque me minto e acredito.
Talvez escreva porque me dói e nessa dor à perdão.
Talvez escreva com propósito ou sem ele.
Talvez escreva porque amanha me esqueço.
Talvez escreva porque adormeço.
Talvez escreva porque quero.
Talvez escreva porque não tenho alternativa
Talvez escreva porque sou vago, rua, noite , abandono.
Talvez escreva porque ninguém lê.
Talvez escreva porque me calo.
Talvez escreva porque sou começo.
Talvez escreva porque sou fim.
Talvez escreva porque sou nada.
(...)
Talvez!
Talvez um dia escreva!
27/08/2014
Posted in acreditar, escravidão, escrever, prosa | No comments
By Placido De Oliveira on segunda-feira, março 25, 2013
Porque me pedes o impossível.
Porque exiges o que não é nosso.
Exiges o depois, o momento seguinte.
O amanhã!
Pedes tão grande a alguém tão pequeno.
Pedes tanta coisa, a quem se sente tão pouco.
Não odeies os meus silêncios, nem sempre
eles calam.
Não rezes pelas minhas palavras, nem sempre elas falam.
Não!
Não quero ver-te triste.
Mas não te posso dar o que não é meu.
Mulher!
Não me fales de ti.
Que necessito saber de ti, se de mim sou bolso de mendigo.
Esqueçamos as perguntas e nenhuma resposta nos afastará.
Não me vendas o futuro és todo o meu tempo hoje.
Cada vez que queiras, cada vez que possas.
Antes do amor nada era nosso, agora também não.
Tem-me enquanto quiseres.
Tenho-te enquanto merecer.
Sente-me agora!
Agora que queremos.
Agora que podemos.
Agora que necessitamos.
Mulher!
Não estejas segura de nada.
Nada se possui eternamente.
Exige-me a conquista.
Em cada minuto.
Em cada hora.
Em cada dia.
Somos semente de cada segundo.
Não existem estrelas que nos guiem.
Abraça-me agora.
Toca-me agora.
Beija-me agora.
Ama-me agora.
É tudo o que temos
E temos tanto
Depois de mim,
Que nada necessites.
Depois de ti
Nada mais imagino.
17-03-2013
By Placido De Oliveira on quinta-feira, março 14, 2013
E tu não existes e eu sou
Misteriosa encruzilhada
Propriedade abandonada
Lágrima dolorida
Cicatriz sem ferida
Sorriso envergonhado
Esculpido na solidão
Animal enjaulado
Que espera adopção
Família sem sustento
Mágoa cansada
Desejado alimento
Em mesa abandonada
Metade de metade
Gesto de outro gesto
Mendigo da saudade
Divisão sem resto
Construção demorada
Invisível no acaso
Plenitude do nada
Flor sem vaso
Sonho adormecido
Metáfora isolada
Desabafo caído
Esquina abandonada
Segredo revelado
Próximo Capitulo
Piano sem Teclado
Livro sem título
E tu não existes e eu sou!
Um bem maior
Um bem menor
Meio de tudo
Meio de nada
Outro dia
Nenhum dia
Se me sinto!
Sinto-te!
E tu não existes e eu também não!
14-03-2013
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