Poesia e pensamentos livres

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Porque me pedes o impossível.
Porque exiges o que não é nosso.
Exiges o depois, o momento seguinte.
O amanhã!
Pedes tão grande a alguém tão pequeno.
Pedes tanta coisa, a quem se sente tão pouco.
Não odeies os meus silêncios, nem sempre
eles calam.
Não rezes pelas minhas palavras, nem sempre elas falam.
Não!
Não quero ver-te triste.
Mas não te posso dar o que não é meu.

Mulher!

Não me fales de ti.
Que necessito saber de ti, se de mim sou bolso de mendigo.
Esqueçamos as perguntas e nenhuma resposta nos afastará.
Não me vendas o futuro és todo o meu tempo hoje.
Cada vez que queiras, cada vez que possas.
Antes do amor nada era nosso, agora também não.
Tem-me enquanto quiseres.
Tenho-te enquanto merecer.
Sente-me agora!
Agora que queremos.
Agora que podemos.
Agora que necessitamos.

Mulher!

Não estejas segura de nada.
Nada se possui eternamente.
Exige-me a conquista.
Em cada minuto.
Em cada hora.
Em cada dia.
Somos semente de cada segundo.
Não existem estrelas que nos guiem.
Abraça-me agora.
Toca-me agora.
Beija-me agora.
Ama-me agora.
É tudo o que temos
E temos tanto
Depois de mim,
Que nada necessites.
Depois de ti
Nada mais imagino.

17-03-2013

E tu não existes e eu sou

Misteriosa encruzilhada
Propriedade abandonada
Lágrima dolorida
Cicatriz sem ferida

Sorriso envergonhado
Esculpido na solidão
Animal enjaulado
Que espera adopção

Família sem sustento
Mágoa cansada
Desejado alimento
Em mesa abandonada

Metade de metade
Gesto de outro gesto
Mendigo da saudade
Divisão sem resto

Construção demorada
Invisível no acaso
Plenitude do nada
Flor sem vaso

Sonho adormecido
Metáfora isolada
Desabafo caído
Esquina abandonada

Segredo revelado
Próximo Capitulo
Piano sem Teclado
Livro sem título

E tu não existes e eu sou!

Um bem maior
Um bem menor
Meio de tudo
Meio de nada
Outro dia
Nenhum dia
Se me sinto!
Sinto-te!

E tu não existes e eu também não!
14-03-2013



Agradeço este teu último e digno acto.
Agradeço!
Mesmo sabendo que dele esperas o que desconheces que não desejas e o que bem sabes que não te darei.
Agradeço!
Mesmo sabendo que ignoras que amar não é uma flor cuja beleza desabrocha para a vida, mas sim a raiz de uma árvore que se fixa na terra e que se alimenta do sol de “ontem” para crescer esplendorosa num contínuo “amanhã” iluminado.
Todo o resto é como esta flor, como nós!
Beleza momentânea perfumada por todas as ilusões, com a chama da vida a esfumar-se lentamente.
Esta flor cumpriu o seu propósito. Não o teu! Mas o dela e o meu.
Bem perto de mim leva-me numa viagem para bem longe.
Desperta em mim a necessidade de sentir a beleza de quem sou e da vida que mereço.
Sem ruídos, vozes exigentes ou expectantes.
Sem abraços de ansiedade mendiga.
Sem sonhos alheios, sem visões impostas.
Simplesmente perfume sem ruído de vida em pensamentos dispersos como que tentando ver nela o que em alguém tanto desejei ver, o que para mim tanto desejei ter.
O mundo que me toca não é um jardim, mas a minha pele merece experimentar o acetinado toque das flores que em mim desabrocham.
Quis ser parte e fui mera vertigem numa loucura cheia de nada.
Vagueei em sombras onde me senti despejada de mim em dias coloridos de mentiras.
Só o que não se vê de mim viveu o verso certo.
Sei que em algum infinito me espera a simplicidade de uma solidão partilhada onde a verdade dê todos os sentidos à vida.
Sei que em algum infinito perderei a minha razão ao querer permanecer parte de algo.
Mas agora desfruto desta momentânea fragrância de voltar a ser simplesmente mulher. Agora silencio todas as vozes de solidões alheias, para escutar os sons da solidão que me pertence.
Agora vou para onde a minha presença caminhe por onde eu caminho e a minha alma viva onde eu vivo.
Para longe de ti mas perto de mim.

12-01-2011




Olho, olho-te!
Sinto que o tempo parou!
Sais em silêncio. Ironia! Surpreendeste-me!
O que sempre me incomodou em ti foram os teus barulhos. Fica o caminho sinuoso que nos trouxe até aqui.
Tudo o demais reflexos de um rosto que deposita as desilusões aos infinitos pés da verdade.
A vida despede-se de um momento para saudar outro.
Cansaço!
Mais uma vez o dramatismo do fim de linha e o peso de todos os inícios.
A minha saudade saúda-te, como que num processo automático de despedida.
Vou ficar aqui até que a tua sombra desapareça no horizonte e dessa forma tenha a tua altura.
Sairei quando me cansar de apreciar o momento em que, pela primeira vez, em silêncio conseguiste ser honesto.
Pensávamos que tínhamos todo o tempo do mundo, e de repente anoiteceu.
De te sonhar cheguei até aqui!
De te amar, por nada ter, te deixo ir!
Partirei!
Agora tenho tempo!
Irei até onde o meu corpo toque, em infinitos já me perdi o suficiente.
Hoje é dia de festa!
Todos os meus fantasmas voltam a vestir o fato da celebração e divertem-se debaixo das árvores despidas de folhas que sucumbiram ao Outono da tua genuína indiferença.
Não entro no exaspero das lágrimas!
É dia de festa, alegro-me!
Alegro-me porque o meu fracasso em ti constrói-me, o teu em mim, é mera consequência de quem és

02-12-2010


Hesitei! Um ou dois?Costumavam ser dois!
Cheios de tudo e de nada, mas plenos de sonhos que tocavam tão alto em mim, em ti, e na vida.
Hoje existe só um copo nesta mesa. Mas no meu corpo, mais que nunca, corre a essência de uma garrafa partilhada.
Tu não falas e ainda assim calo-me para te escutar. Pairas noutros mundos e no meu intoleravelmente escuto as tuas melodias.
Imagino-te em versos que não escrevo e canto-te em melodias que nunca terão letra.
Imagino-te!
Em todas as palavras que nunca me disseste, em todos os gestos com que nunca me tocastes, em todos os sons que nunca de ti saíram.
Imagino-te em tudo o que nunca fostes!
Vivo-te em cada centímetro de mim, pinto-te em cada pensamento, sinto-te em cada suspiro, desejo-te em cada sorriso tímido que deixo sair cada vez que bebo deste copo solitário.
Estupidamente te desejo!
Imagino algo inimaginável.
Sonho esse sonho que no limite me escraviza. Mas não interessa!
Toco os meus lábios neste copo tantas vezes partilhado, toco-me!
E na ausência de ti a que já me habituei, percorro o meu corpo na sublime descoberta de um universo que nunca soubeste explorar.
Voluntariamente me entrego, mais uma vez, a ser musa de uma inspiração ausente que nunca me escreveu.
Que me interessa!
liberto-me!
Costumavam ser dois!
Existe um!
Meio cheio de nada mas com o sabor do que de mais real existe em mim.
Deixo-me arder nesse sonho, queimo-me!
Imagino!
Simplesmente imagino!
A garrafa vai acabar vazia e eu passarei por todas as metamorfoses enquanto o liquido escorrer no meu corpo.
Mas hoje! Só hoje! O copo é teu.
Amanhã existirá uma outra qualquer garrafa.
Mas essa, será partilhada no suave toque de uma poesia escrita na minha pele por um poeta que me sinta.
11-11-2010


A noite está perfeita.
Silêncio! A lei é minha o palco é meu.
Quanta magia sinto neste momento em que volto ao tempo em que as esperanças voavam de pijama. O pijama já não é o mesmo, mas é meu! Voo na mesma.
Ah! Chuva Purificadora.
Podes molhar sem piedade e gelar sem clemência.
Não estou Aqui!
Voltei ao lugar das dores dissipadas, ao recanto do esquecimento onde a solidão se expõe em todos os silêncios genuínos.
Aos poucos todos os mortos em mim, regressam pela estrada da memória.
E os que nunca partiram, cantam melodias de aleluia pela libertação de tudo o que deixei de ser enquanto fui tua.
Vou estar aqui até ao momento em que a minha pele me obrigue a outra realidade.
E sim!
É Inevitável!
Um dia perderei outra vez a lucidez e voltarei a amar.

11-11-2010


Nas garras de uma alma ditadora vou em direcção a um destino que é meu, enquanto eu não sou o meu destino.
Começo a sentir o meu corpo a esvaziar-se de vida.
Estou de partida, ausente de mim, passageiro clandestino despido de tudo que lhe possa dar um nome. Sou outra vez turista dentro da minha própria cidade, vagabundo em esquinas com ecos da minha história. Deixo-me levar pelos caudais de um rio sem corrente, numa noite onde tudo é permitido.
Sim! Vou partir.
Viajar no passado e no futuro, para onde quero e com quem quero – sempre agradecerei ao sonho e à poesia essa liberdade –. Vou reaver sonhos acabados e inacabados, tentar parar o vento com palavras que, quando consciente, guardo para mim.
Não tenho qualquer certeza, mas agasalhado em incertezas já sinto o calor das palavras que sempre roubo ao abraço da noite. Estou na fronteira, cumpro os formalismos necessários, bebo o veneno da escravidão, e deixo-me adormecer ao som do “requiem” do condenado. Parto!
Já sinto a poesia...

Por momentos vou viver, com cegueira consentida
Vou deixar-me adormecer, para dar à alma vida.
Ausento-me do meu corpo, sem tempo para entender
Porque rasga o sentimento as entranhas do meu ser.
Vou dizer tudo o que penso sem poder pensar o que digo
Vou rasgar o meu sentimento com tempo para estar comigo.
Na escuridão eu vou ter para os olhos doce luz
Vou morrer para ver nascer o que o sonho produz.
Nestes sonhos vou dizer onde descobri o norte
As forças que venceram cada dia a minha morte.

Mas é assim!
Sempre carregarei uma alma que para explodir de vida, necessita do meu alheamento temporário.
Uso esse tempo para apreciar o belo, o único, todas as manifestações grandiosamente simples de uma eternidade que nos precede e que ficará depois de nós. Sou explorador desse território acidental chamado de ser humano. Essa realidade finita, que na ilusão da sua existência, na ambição egoísta de ser qualquer coisa diante da superior importância do universo que o criou, quer matar a sua pequenez tentando levantar-se, ser alguém!
Quando nascemos, devemos com humildade, assumir a nossa insignificância. Nesse preciso momento, ajoelhamos perante o mundo e a este nos submetemos morrendo a partir daí. Não entender isso é abrir as portas ao constante desespero com a nossa condição de efémeros.
Compreendi!
É o facto de sermos mortais que nos veste de originalidade, que nos explica, que nos faz apreciar cada segundo em que a beleza se manifeste.
Agora que sou condenado a um sono diferente, grito!
Grito as últimas palavras e deixo-me adormecer lentamente.
Aceito! Contradigo-me!
Faço a apologia da vida e entro na escuridão sem esboçar qualquer resistência.
Que posso eu fazer?
Se nesta noite consentida experimento o que de melhor me deram os meus dias. A minha alma conhece-me bem e aproveita-se disso. Prepara-me a ratoeira com o meu queijo preferido e faz-me deambular em mim até ao momento em que não resisto mais e me delicio com esse alimento libertador.
Neste leito onde descanso de mim e do mundo, os meus olhos assimilam uma luz que chega como relâmpagos, flashes de uma vida submersa mos mares longínquos e profundos da memória.
A minha alma vai para a rua num domingo primaveril, fala! Comigo ou para mim, para outros ou com outros, mas não a escuto!
Ela assim o desejou.
Tapo-me de alegria, de saudade, de mentira de verdade, cubro-me pela vida, para a vida, com a vida.
Em cada sonho um porto, cada porto uma lembrança, cada lembrança uma esperança, cada esperança um poema.
Sou soldado que não enfrenta o inimigo, mas este ao dar o seu passeio triunfal no campo de batalha, não terá um único espaço que não esteja coberto de palavras escritas com o meu sangue.
Sangue com o qual construí, palavra a palavra, um hino à amizade pura, ao sorriso que liberta, ao erro que é preciso, ao amor ou desamor, a tudo o que à minha passageira eternidade dá cor.

Nem sempre toquei a lua com os sonhos de criança
Mas dei nome a uma rua, chamei-a de esperança.
Tive sonhos conquistados, tropecei sem dar por isso
Tive sonhos derrotados, mas vivi apesar disso.
Cada dia ao despertar foi ser que enfrentou a natureza
Um dia com coragem, outro como mendigo à mesa.
Chorei lágrimas de saudade, sorri com o coração
Fiz versos de liberdade, pinturas de escravidão.
Comi a comida dos ricos, provei o sabor dos pobres
Caminhei com proscritos, estendi a mão a nobres.
Sofri com a desilusão de gente de alma ausente
Injustiçado sem razão, perdoei humildemente.
Errei por ter arriscado, ser ermitão sem ermida
Mas errar é um pecado, cujo perdão é a vida.
Por vezes alma indefesa, tantas vezes lutador
E se num dia foi presa noutro foi predador.
Admito agora que sempre tive um objectivo
Recusar-me a existir, sem nunca me sentir vivo.
Tive ânsia de experimentar, recusei viver esperando
Vivi! E agora posso contar, o que aprendi caminhando.

Sinto que tenho em mim todos os passos do universo. Saio para a rua, para o mundo, de dentro de mim ou em mim, mas saio! Sou criativo, diverso, planto uma arvore…ou duas…e erro até ao limite da inconsciência.
Errando consegui ver o lado estrelado das coisas, esse lado eterno que sempre quis fazer meu. Arrisquei viver e por isso errei até à exaustão. Errei mais por não desejar o erro de nunca ter errado, por saber que a sua inexistência é ausência de vida.
Não! Nunca senti qualquer arrependimento, seria estúpido sentir isso! Como se o tempo pudesse voltar para traz.
Errar é a consequência da nossa loucura, mas quem a não tem, ou está morto, ou é completamente louco.
Quem está vivo cai! É impossível viver sem saber como cair, e por isso errei! O suficiente para quando senti a lama na face, voltar a vestir aquela roupa acabada de comprar que sempre me faz sentir uma pessoa nova.
Viver é uma outra forma de conjugar o verbo errar.
Conjuguei-o em todas as suas formas.
O dia em que ousar pensar deixar de cometer erros, ou o meu corpo vegeta, ou a alma que o alimenta entrou nessa sonolência vivida por quem se cobre com o manto da vergonha no crepúsculo da desilusão.
Embebedemo-nos de vida e erremos como um desvairado borracho para quem tudo é possível. Quem nunca ousar enganar-se, nunca experimentará a doce melodia de ter acertado. O engano é necessário porque o acerto é imprescindível.
Se algum dia encontrárem alguém que vos diga que nunca cometeu um erro, não percam a oportunidade de lhe perguntar como é viver no paraíso.

Aprendi que nesta vida, o erro a ninguém pára
Apenas abre uma ferida que o próprio tempo sara.
É mestre clarividente, chegada e despedida
É diário confidente, em cada nova partida.
Ouro que não se esgota, riqueza feita memória
De quem arrisca a derrota, morrendo pela vitória.
Estátua de sangue erguida a quem nunca esqueceu
Que só não erra na vida quem nunca nela viveu.
E quem pensa que do erro, já teve sua parte na vida
Está morto, ou o seu enterro, vai descendo a avenida.

Tenho amigos porque os amigos são comemoração.
São flores plantadas no nosso caminho, para que dele façamos uma constante primavera. Uma porta sempre aberta quando todas as outras se fecham.
Na amizade existirá sempre a poesia muda, a eternidade num momento sem razões que a razão entenda.
Um problema partilhado numa confissão libertadora, felicidade transmitida ou desventura compreendida. Distâncias encurtadas numa negação exigida, beijo adormecido num abraço sem mais nada.
Um amigo é um segredo de boca em boca contado, muitas vezes esquecido, mas tantas vezes lembrado. Um jardim, um refúgio numa longa caminhada, semente plantada nas areias do deserto, que cresceu e se fez árvore para apoio de tudo o que em nós é incerto.
Não tem defeitos nem virtudes, existe! Não precisa dizer quem é, apresentar-se. A sua impressão digital está gravada na nossa alma. Falando ou em silêncio, na luz ou na escuridão, na presença ou na ausência, será sempre a página mais gasta do livro da nossa vida.
Aquele que desconhece que foi o nosso ponto de apoio, leme, ar, contradição, critica e elogio. A outra asa do anjo que voa no nosso corpo, tudo o que nos resta, quando já nada nos resta.
Que aparece quando o nosso coração precisa de ser trespassado pela lança da crença. Quando sentimos a necessidade de ser amados pelo pobre que somos, pela nossa perfeição imperfeita.
Não é luz que guia por estar um passo á nossa frente, é a outra sombra da nossa sombra, porque caminha ao nosso lado. Que nos faz valorizar as estradas já conquistadas, já percorridas, e entender com humildade os caminhos por desbravar.
Um dos objectivos mais importantes que temos na vida, não é poder ser o que somos, mas sim o que podemos vir a ser.
Quem sozinho caminha nesta direcção pode até chegar mais rápido, mas quem caminha com amigos, chegará, nesse desígnio, muito mais longe.

Aprendi que a amizade não escolhe coração
Que para ser de verdade nasce e vive sem razão.
É um constante partir sem precisar de estar
É viajar sem sair é um constante chegar.
Não necessita presença é um nada que tem tudo
É superior à ausência é um belo filme mudo.
É sentimento que perdura aroma que paira no ar
É vida, sonho, é ternura, é um ter sem esperar.
É silêncio em lugar incerto, palavra em espaço trocada
Abraço de coração aberto, momento sem mais nada.

Sorrio!
Quando alguém me oferece o que de mais precioso tem na vida – o seu tempo – expresso o meu agradecimento com algo tão puro e genuíno como um sorriso de ternura.
Não deixo que se note na minha face as marcas das lágrimas que não choro.
Sorrir é a marca de uma alma livre, brilho de um coração que arde em felicidade cuja chama se reflecte na face.
É a manifestação da abertura do jardim da nossa alma para a beleza da vida. Que a nossa boca seja essa estrela que brilha e ofusca no firmamento infinito, em todas as noites que alguém necessitar de um farol no horizonte longínquo. Que a nossa boca seja uma flor que desabrocha todos os dias para conforto das solidões, esperança no desânimo, consolação da tristeza.
Nunca seremos tão ricos para desvalorizar a sua importância, nem tão infinitamente pobres que não possamos experimentar a sensação de dividir um.
Não se compra, não se empresta com ideia de retorno ou rouba por inqualificável inveja.
Vale tudo nesse preciso instante em que o oferecemos livremente, e no dia que alguém o recuse, sorri outra vez! Porque não existirá ninguém mais necessitado de um sorriso do que aquela alma que ainda não aprendeu a importância de sorrir.
Dá-me esse sorriso que pensas que para ti não te serve de nada, mas que explodirá na minha alma, como força redentora para voltar a acreditar em tudo o que em mim já morreu.

Um sorriso é brincadeira da alma
Poesia dum coração em esplendor
Reflexo de um ser livre, em calma
Com o mundo e com o seu interior.
Expressão de humildade confiante
Reflexo de paz com genuína alegria
De quem conscientemente ignorante
Sabe que sorrir é prova de sabedoria.
Conforto que se concede ao momento
Poesia que pode mudar uma vida
Gesto de quem não afasta do seu pensamento
Que nada mais é preciso para sarar uma ferida.
Melodia que o corpo sempre acalma
Forjado na verdade é magia vitoriosa
Terapia para conforto da alma
Bala perdida da arma mais poderosa.

Sou o início de todos os meus inícios e iniciei-me tantas vezes quantas as que amei.
Amar!
Poesia construida de versos nascidos sem qualquer explicação. Conquista feita ao finito no infinito. Invólucro da alma, sangue de um corpo em direcção à eternidade.
Amar!
Hino tantas vezes tocado por melodias de incompreensão, mas quase sempre, proclamado como o mais sublime dos sonhos de um ser findo na sua condição. Poesia e prosa de um livro em constante elaboração. Caminho inevitável de quem deseja ser chegada de outra qualquer partida.
Amar!
Sentimento que tanto revigora como nos enfraquece, prisão e liberdade, segundo e eternidade. Vontade desinteressada de ser, pertencer, completar e completar-se.
Tudo o que carrego na mão que não sendo meu, é de mim o que melhor possuo.
Completar-me em outro, sem que o outro seja meu e eu lhe pertença.
Amar!
Mar imenso, intransponível, forte e avassalador, cuja beleza nos encanta, mas também nos afoga de dor. Renúncia da razão! Quem ama sabe que ama e não tem que encontrar para isso qualquer explicação.
Amar!
Guardar as máscaras que carregamos, e deixar que pintem um retrato de inocência com as cores da nossa verdade despida.
Sentimento que não se inicia num eclipse de vidas, mas no exacto momento em que outra vida passa a existir dentro da nossa.
Amar!
Desejo de permanecer, existir, viver e ser, parte de outra parte nesse momento chamado “sempre”. Um perdão num abraço, numa carícia num toque de pele. Gostar sem maquilhagem, de robe de chinelos e não imaginar um futuro vestido de outras roupas.
Amar!
Ausência dos olhos, presença no pensamento. Desejo, paixão, união, sexo, esse imenso beijo que não cabe na dimensão do corpo.

Mas agora que pretendo escrever sobre algo que nunca viverá de palavras, e a elas sempre será superior, paro!
Invade-me uma cruel tristeza.
Quando começamos a explicar o amor, entendê-lo, defini-lo, somos vítimas de uma irónica certeza!
Não amamos!
E por isso, Silencio-me! Quero permanecer na incerteza.

Amar!
Viagem sempre sonhada em cada estação da vida
Tantas vezes uma chegada, outras tantas, uma partida
Um reino sem soldados, terra sem qualquer dono
Onde todos são escravos, reis e rainhas sem trono.
Felicidade acompanhada, paz completamente a sós
Sentir o coração apertado, mas dar mais força aos nós.
Morrer em tudo o que nos fez, esquecer o que sabemos
E voltar a nascer outra vez, no outro em que vivemos.
Olhos que não querem ver, beleza noutra presença
Que só se abrem para o ser, que lhes dá a sua essência.

Regresso agora de tudo o que vivi sem nunca lá ter estado. Desse abandono do tudo que penso ter, sem nada possuir. Mudo de reino, acabou o eclipse, resgato o homem caído, a criança pintada de sonho, o animal feito presa. O anjo renasce, já sente o troar das trombetas que anunciam a ressurreição. A criança sai para a rua e brinca com o seu peão, o homem já luta pela sobrevivência, procurando nos despojos pedaços de um corpo esquartejado.
Construo-me!
Já me sinto e a minha alma já me consente. Sou outra vez causa e efeito, razão e coração, e lavo-me da camuflagem da sanidade insana da minha consciência.
Como posso ter esta triste e infame ilusão, esta crueldade desnecessária de pensar que posso escrever? Como consigo ficar sereno quando pretendo roubar palavras à vida? Sei que não o faço por ser um vulgar marginal, mas porque não resisto à sua beleza.
Sou um doente! Um condenado que paga o seu crime com o sangue que derrama palavra a palavra, verso a verso. Aceito o meu carrasco e mato-me, em cada segundo, em cada hora, em cada dia. Mas sou livre nesta escravidão e "morro"! Sim "morro"! Mas por mim, à minha maneira. A única que admito, porque de outra forma nunca viveria!
Não tardará que sinta outra vez o doloroso abandono da vida, que meu corpo seja saqueado e esquartejado, mas não importa! Enquanto vítima de uma insana alma, sei que em cada renascer doloroso construo-me e sinto-me sempre, sono a sono, sonho a sonho, muito mais perto de mim.

Em tudo que aqui digo, tudo ficou por dizer
Mas esse é o meu castigo, por ter ousado querer
Escrever da vida conceitos, que só poderão nascer
Em quem sentir seus efeitos, por ter arriscado viver
Nada mais consigo escrever neste meu despertar
Outro dia o meu corpo dormirá para a minha alma sonhar.
Sonhos de vida e de morte, sonhos de caminhadas
Onde o azar e a sorte andam sempre de mãos dadas.
A curiosidade é a autenticidade no meu conhecimento
Barco de liberdade com velas que no infinito têm seu vento.
E no fim sei por defeito, que o facto de estar satisfeito
Poeta de mim não faz!
Agora que já me ilumina a luz que alguém para mim fez
Leio o que o sonho produz e quero adormecer outra vez
Voltar a sentir a paz que essa escuridão me traz.

Amanhã voltarei...Em "morte" consentida ou na vida permitida.
Eu que sei!
Toda a minha vida assisto ao domínio do meu corpo pela mente, mas no fim da minha história, serei subjugado à tirania do corpo.
Por isso agradeço esta alma que carrego e que tantas vezes me aniquila.
Agradeço porque sei! Quando de mim ela for fardo, já não serei nada, terei partido para a uma viagem de onde nunca regressarei.


14-11-2008




Talvez as relações amorosas devessem vir acompanhadas de um manual de instruções em varias línguas, porque na era do amor sem barreiras geográficas tal seria importante.
Todos dedicamos ao tema do amor muito tempo das nossas vidas, quer em conversas nos mais díspares espaços e com os mais diversos interlocutores, quer nos momentos em que isoladamente tentamos (pobres que nunca compreendemos que é impossível…) definir o seu conceito.
Desistimos sempre desse desígnio de qualificar o inqualificável, e contentamo-nos -quase sempre - em listar uma séria de factores que o mesmo deverá incluir seja qual for a sua definição.
Tanto tempo dispendido com esta temática, que deveríamos num determinado momento das nossas vidas ser apelidados de “gurus” do AMOR, e ser convidados a dar palestras nas universidades da vida.
A verdade é que sabemos sempre começá-las, agarramo-nos aos inícios com a sabedoria dos mágicos, operámos transformações milagrosas em nós próprios e no objecto do nosso amor, de repente tudo nos é fácil e grato, sentimo-nos com asas de falcões, nas nossas costas cresce uma capa encarnada e carregamos no peito o símbolo do Super Homem, tudo é óbvio visto assim, o mundo aparece aos nossos olhos como um jardim florido.

Não há nada melhor do que começar uma relação.

O novo é irresistível. Descobrem-se coincidências que vão desde a mesma colecção de cromos, às músicas que escutamos, aos gostos culinários (o sushi que detestávamos até que nos começa a parecer o melhor petisco dos deuses…). Descobrimos o prazer que não tínhamos numa saída com gente que nada nos diz, e drogamo-nos com todas as palavras que escutamos, e que sempre pensamos merecer.

É a primeira vez, outra vez em tudo.

Descobrimos o outro em nós e nós no outro.
Descobrimos que afinal sabemos cozinhar e até uma visita ao Mosteiro dos Jerónimos (antes entediante) nos parece de um imenso romantismo.
No início de todos os inícios sentimo-nos tão estupidamente felizes que seríamos capazes de morrer a seguir, porque achamos que atingimos o ponto máximo da felicidade.
Mas o pior, o pior mesmo, vem a seguir, como dizia o Picasso "…bom mesmo é o início porque a seguir começa logo o fim…". E quando o fim chega já é tarde demais para voltar atrás. (e como faria falta o tal manual para saber como com ele lidar)
É sempre tarde demais, porque isto do amor é mesmo uma coisa complicada, começa-se do nada, vive-se na ilusão que se tem tudo, mas o que fica quando o amor acaba é um nada ainda maior.
E o pior (dizem os comuns mortais) é que na primeira oportunidade repetimos os mesmos erros à espera de resultados diferentes (o que até me agrada pois é um bom sintoma de demência).
Aos poucos vamos vendo o amor perdendo-se, acabando...sentindo a cada dia mais distância do outro.
O seu sorriso já não é o mesmo, já não aceita a rotina como antes, já não nos olha com tanta ternura, e já não faz questão de esconder o descontentamento...
Sentimos uma grande saudade do que fomos, do que juntos sonhamos, de tudo o que com felicidade construímos. Não sabemos nada dos sentimentos da alma que um dia julgamos gémea da nossa, sabemos apenas do nosso coração, que sente medo, que foge dos sentimentos, que não se entrega mais e que vive atormentado de culpas a perguntar:
Porque?
Num determinado momento compreendemos que: o que mais nos dói é saber que o nosso “eu” e outro “eu” nunca construirão o “nós”.
E quem se considere imune a tais disparates e nunca tenha passado por estas avarias sentimentais, que atire a primeira pedra…
Alguém (desses eruditos que estão sempre seguros de tudo.....) escreveu "… primeiro parece fácil, é o coração que arrasta a cabeça, a vontade de ser feliz que cala as dúvidas e os medos. Mas depois é a cabeça que trava o coração, as pequenas coisas que parecem derrotar as grandes, um sufoco inexplicável que aparece onde antes estava a intimidade …."
E pronto, já está tudo estragado. Acaba-se a festa, o delírio, o fogo de artifício, o sabor da novidade e onde vamos parar? Ao vazio. Ao abismo. Ao grande buraco negro dessa coisa horrível e inevitável que se chama depois, DEPOIS DE SE APAGAR A CHAMA.

Mas esta é a condição humana, doa a quem doer.

Ou então, a ironia da vida separa os amantes para sempre e o fim do amor é o início do mito do amor eterno. Pedro e Inês foram sepultados de frente um para o outro, para que se pudessem ver, caso regressassem ao mundo. Romeu e Julieta nunca mais se separaram no imaginário Ocidental. Dante viveu para sempre ao lado de Beatriz, a Penélope recuperou o seu guerreiro depois de 20 anos de espera.
O amor esse mistério que antecede a vida e sobrevive à morte, reina como um tirano por cima de todas as coisas, mas poucos são os que o conseguem agarrar. É mais difícil de alcançar do que o Olimpo, porque não está nem no céu nem na terra, paira como uma substância invisível, mais leve que o ar, mais profundo que toda a água dos oceanos.

Pode até ser apenas uma invenção dos homens para fugir à morte, ou uma realidade para dar razão à vida.
Mas! Ilustres e comuns cortais, tudo o que é belo é digno das nossas lutas, e por isso fujamos dessa terra sem esperança, onde habitam os crentes de que na vida não existe sofrimento, esses que ainda não descobriram que nos caminhos do amor qualquer sofrimento vale a pena.

“ …ainda pior a convicção do não, ou a incerteza do talvez, é a desilusão de um quase….”

É o “quase” que nos deve entristecer, "...que nos mata trazendo tudo o que poderíamos ter sido e não fomos. Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase amou não amou. Basta pensar nas oportunidades que escaparam entre os dedos, nos momentos que se perdem por medo, nas ideias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no Outono. Perguntamo-nos às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna, a resposta está estampada na distância e na frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços na indiferença dos “bons dias”, quase que sussurrados. Sobra a covardia e falta de coragem até para sermos felizes..." (Sarah Westphal)

Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor. Mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio-termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza.
De nada adianta economizar a alma, um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance.
Ah! Ânsia de amar Febre bendita...É Inevitável! Um dia perderei outra vez a lucidez e voltarei a amar.

11-11-2010


Muito desejaria ter a capacidade de por palavras expressar-te a minha gratidão
Aproveitar este verso simples para te dizer o que por vezes para mim guardei
Recordar a criança frágil que um dia descobriu o mundo agarrada à tua mão
Imaginar-te bem perto de mim, sussurrar-te ao ouvido que nunca esquecerei
Aquilo que pelos que amas tens feito e que para sempre guardarei no coração

Em teus braços que se abrem para mim encontro o amor e a amizade mais pura
Nesses braços meigos repletos de amor, esqueço a vida e volto a ser uma criança
Grande a força que me dá tua presença tua coragem e sabedoria sempre madura
Razão pela qual te imagino sempre a entrar pela minha porta cheio de esperança
Ainda não sei como sarar a saudade de tantas horas passadas sem te sentir e ver
Como espero o momento em que sentindo ao longe tua voz, já não estejas distante
Imaginar-te não é sentir-te, é estar sozinho é sonhar-te procurando-te para te ter
Acalmando minha alma, abraçando-te como se o mundo acabasse nesse instante

Como é linda aquela a quem dedico estes momentos em que o meu coração chora
Apertado por saber ser impossível com palavras exprimir o que me vem na alma
Bendito o destino que me deu esta pessoa bela, tanto por dentro como por fora
Respeito-a pela sua luta, perseverança, amizade desprendida e natureza calma
Amo-a pelo que é, por ser única e especial, por sua alma de pureza transparente
Lamento e perdoa-me, se algum dia de uma forma consentida de ti estive ausente

Por me ter adormecido em muitas noites, em que nunca sentia vontade de acordar
Intensos os dias em que me ajudou, a encarar a imaginação como outra realidade
Resolvendo sempre os meus problemas com a nobreza de sempre os saber escutar
E agora que penso em ti minha mãe, sinto honra, carinho e uma enorme vaidade
Saber-te sempre minha para juntos partilhar-mos a vida para toda a eternidade

Farei o impossível para que na vida das minhas conquistas só te possas orgulhar
Imaginaste para mim caminhos e percursos, que nem sempre escolhi para viver
Guiaste-me num caminho difícil a lapsos injusto, e ensinaste-me a o enfrentar
Um caminho chamado de vida que se moverá com os sonhos que juntos iremos ter
Estas não são palavras escritas na areia seca de um imaginário e longínquo mar
Inventadas por alguém desejoso que as ondas depressa cheguem para as apagar
Resolvi escreve-las porque não posso deixar que os dias passem e nunca te dizer
Esta saudade que senti enquanto estive escrevendo o que espero venhas a ler
Dolorida como toda a saudade sentida por quem se ama, é verdadeira e irás ver
O que na vida farei para humildemente provar que o teu amor mereço sempre ter

Sei desde sempre que nunca existirá na vida uma forma mais pura e bela de gostar
Imagino-me transformado em vento, e dessa forma chegar até ti como brisa suave
Levaria uns segundos até tocar de leve na tua janela e se tu me permitires entrar
Vou o teu corpo abraçar, te embalar nos meus carinhos e baixinho dizer-te a verdade
Amo-te hoje mais que ontem, e nunca na vida poderei deixar algum dia de te amar

Por saber que nunca poderei ser vento, só me resta isso imaginar no pensamento
Estou escrevendo os meus sentimentos e enquanto escrevi lágrimas de alegria chorei
Refugio que encontrei para exteriorizar a alegria que me acompanhou neste momento
Em que por fim te digo o que por inexplicável cobardia nunca disse e sempre pensei
Imagino agora que amanha será outro maravilhoso dia em que a tua presença me traz
Razão para a minha vida, luz para os meus passos, amor e carinho puro onde beberei
A agua da minha felicidade, a cura da minha saudade e como sempre a verdadeira paz

Para ti minha mãe, um forma de dizer AMO-TE...

11-11-2010


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