11-11-2010
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By Placido De Oliveira on quinta-feira, novembro 03, 2011
By Placido De Oliveira on segunda-feira, agosto 24, 2009
A minha alma agoniza
Numa cela confinada
Quer sair, ser na brisa
Pelo vento acarinhada
Isolada em quarto oposto
Às paredes onde habito
Com lágrimas no rosto
Solta amordaçado grito
Grito de quem desespera
Para me ter a seu lado
De quem sabe que na espera
É sangue de corpo emigrado
A minha alma quer partir
Encontrar outro abrigo
Quer ser livre, se evadir
Viajar sem estar comigo
Nas águas de qualquer rio
Deseja um novo baptismo
Servir qualquer senhorio
Que não reze ao quixotismo
Caminha descalça de tudo
Vagueia em estrada sem fim
Sente o seu corpo desnudo
Vai nua sem roupa de mim
Tem frio mas não se tapa
Tudo dela está ausente
Clandestina e sem mapa
Treme em pele que já não sente
Às estrelas do firmamento
Confessa a esperança no dia
Desse novo renascimento
De quem morre na utopia
E nesta aparente calma
De quem pensa que viveu
Por cada lágrima da alma
Sofre ela, sofro eu
Tenho vida e muita história
Dei passos em cada estação
Mas não encontro memória
De não ter paz sem razão
Vivo efémeros sentimentos
Sou um clone de alguém
Tenho inúteis pensamentos
Sem alma não sou ninguém
Sou mendigo em viagem
Não tenho sabor de vitória
Não suo qualquer linguagem
Não vivo qualquer glória
Sou um desesperado refém
Duma máscara de momentos
Para mostrar-me a alguém
Ocultando meus tormentos
Sou o rosto da perdição
Ignoro quem me reclama
Em cada comemoração
Sabor amargo sem chama
Sou esse rio escondido
Que por momentos secou
Sou esse jardim despido
Que o vazio conquistou
Sou um rei sem trono
Amo de gente muda
Sou coração sem dono
Mente que pede ajuda
Meus olhos não queriam ver
Quem sem mim está perdida
Que sem ela sou um ser
Sem razão para dar à vida
Resta-me a consciência
De saber que na verdade
Sem alma a minha existência
Não dá passos em liberdade
Este amor não tem idade
Nem porto nem estação
Tem uma única verdade
Corpo e alma em união
Ecos de um só grito
Partamos à aventura
No fim veremos escrito
Na lápide da sepultura
Fomos maestro e melodia
Corrente e acorrentados
Fado, ópera ou sinfonia
Pelo amor sempre tocados
24-09-2008
By Placido De Oliveira on segunda-feira, agosto 24, 2009
Sou vítima dos tribunais da incompreensão
Julgado à revelia porque nunca lá vou estar
Hibernei nessa caverna iluminada na obsessão
De despertar para mim e em mim me deitar
Quando apareço! Sou de hipócrita adjectivado
Estou! É sempre pouco. Não estou! Algo mudou
Faça o que faça essa certeza de ser condenado
Pelo que sou e não sou, pelo que dou e não dou
Se falo verdade ou mentira isso não é determinante
Se me calo! O silêncio é a confirmação da suspeita
Se desejo escutar! Claro que não sei ser dialogante
Se falo porque tem de ser! Uma conversa desfeita
Se abro o meu interior! Não me conseguem entender
Se me fecho em mim! Sou dos continentes o mais frio
Se escuto sons românticos! Há paixões para esconder
Se danço ritmos loucos! Sou de mágoas senhorio
Se fujo para a magia da noite! Tanta superficialidade
Se conheço mundos alheios! Quero a felicidade no incerto
Se fico em casa num dia de sol! Que desperdício de idade
Se saio num dia sombrio! Procuro à chuva o sol do deserto
Nunca pensei que poderia ter na vida que aprender
A passar em segundos do fascínio à cruel desolação
De não ter uma razão que me consiga fazer entender
Que mentes conseguem viver com tanta contradição
Lamento ter deixado que esse corpo onde moro
Me leve para aventuras que nunca serão memórias
Para esse recanto afastado onde grito e choro
Os efeitos da simples vivência dessas histórias
Vou sempre ter ao abismo e não dou um passo atrás
Mas não quero perder-me no efémero contentamento
Minha alma vive num mundo que nunca me trará paz
Quero ser essa criança com o papagaio ao vento
Nas sobras que recolhem do que em mim se perdeu
Constroem puzzles que nunca conseguirão concluir
Faltará sempre encontrar a peça que a vida escondeu
E que apesar do desejo ainda não consegui descobrir
Como qualquer animal que segue suas pegadas
Vagueando num perigoso território com o instinto
Sou predador que caça em turvas águas paradas
E presa fácil de tudo o que em mim já não sinto
DEIXEM-ME em mim! Se tanto desejam não me ter
Permitam que este corpo encontre a sua calma
Não me queiram esquartejar para dividir o meu ser
Não me desejem morto dentro da minha alma
DEIXEM para mim o que sobra! O que resta de mim
Poderão beber meu sangue nos meus destroços
Abutres escondidos apareçam! Eu sei que no fim
Farão um banquete desfrutando dos meus ossos
12-05-2008
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By Placido De Oliveira on segunda-feira, agosto 24, 2009
Existem pessoas sem olhos
Outras com tamanha cegueira
Que todas juntas aos molhos
Não fazem uma fogueira
Vivem na escuridão
Das luzes da hipocrisia
Vermes cuja alimentação
São pratos de cobardia
Eruditos tão profundos
A quem a verdade escapa
Engomados vagabundos
Vestidos de fato e gravata
Não desejam a ruptura
Quase sempre criticável
São vítimas da ditadura
Do que é recomendável
Mendigos rebaixados
Sossegam na garantia
De se verem encaixados
Nos chavões da maioria
Caminham na convicção
De serem seus soberanos
Mas na verdade só são
Escravos de outros amos
Servos dessa soberania
Assente na normalidade
De quem segue a terapia
Prescrita pela sociedade
Forjam o seu pensamento
Nas ideias de outra gente
Deus os livre do momento
Em que sonhem diferente
Vestem o que é normal
Comem o recomendado
Discutem sobre o banal
Em restaurante indicado
Mesmo que sozinhos
Não fazem essa asneira
De cruzar esses caminhos
Que não tenham passadeira
Caminham sempre em fileira
Como rebanhos de gado
Levando como bandeira
O brasão do ajuizado
Numa mão os princípios
No seu melhor apogeu
Na outra todos os vícios
Que a vida não lhes deu
Em rotina conveniente
Lutam pela sobrevivência
Do que tão ingénuamente
Chamam de existência
Mentes feitas em série
Clones criados da massa
De uma triste intempérie
Que nos trouxe essa raça
Se o mundo fosse deles
Ainda não teríamos luz
E nas cavernas mais reles
Comeríamos animais crus
Deuses do Olimpo sagrado
Dai-lhes a capacidade
De montar esse cavalo alado
Chamado de liberdade
15-05-2008
Outras com tamanha cegueira
Que todas juntas aos molhos
Não fazem uma fogueira
Vivem na escuridão
Das luzes da hipocrisia
Vermes cuja alimentação
São pratos de cobardia
Eruditos tão profundos
A quem a verdade escapa
Engomados vagabundos
Vestidos de fato e gravata
Não desejam a ruptura
Quase sempre criticável
São vítimas da ditadura
Do que é recomendável
Mendigos rebaixados
Sossegam na garantia
De se verem encaixados
Nos chavões da maioria
Caminham na convicção
De serem seus soberanos
Mas na verdade só são
Escravos de outros amos
Servos dessa soberania
Assente na normalidade
De quem segue a terapia
Prescrita pela sociedade
Forjam o seu pensamento
Nas ideias de outra gente
Deus os livre do momento
Em que sonhem diferente
Vestem o que é normal
Comem o recomendado
Discutem sobre o banal
Em restaurante indicado
Mesmo que sozinhos
Não fazem essa asneira
De cruzar esses caminhos
Que não tenham passadeira
Caminham sempre em fileira
Como rebanhos de gado
Levando como bandeira
O brasão do ajuizado
Numa mão os princípios
No seu melhor apogeu
Na outra todos os vícios
Que a vida não lhes deu
Em rotina conveniente
Lutam pela sobrevivência
Do que tão ingénuamente
Chamam de existência
Mentes feitas em série
Clones criados da massa
De uma triste intempérie
Que nos trouxe essa raça
Se o mundo fosse deles
Ainda não teríamos luz
E nas cavernas mais reles
Comeríamos animais crus
Deuses do Olimpo sagrado
Dai-lhes a capacidade
De montar esse cavalo alado
Chamado de liberdade
15-05-2008
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By Placido De Oliveira on segunda-feira, agosto 24, 2009
Ser poeta é viajar no pensamento,
E caminhar nesse universo sem norte,
Abrir as entranhas do sentimento,
Para fugir ao esquecimento da morte.
É estar fora de nós desordenadamente,
Deixar a alma flutuar na lua cheia,
Ser essa criança inocente,
Que enche de vida a aldeia.
É ser pássaro livre num céu de emoções,
Comungar da paisagem, perder-se no conflito,
De ter dentro de si todas as contradições,
E nesse universo procurar o infinito.
É engolir a vida sempre que preciso,
Esconder a face, congelar misérias,
Disfarçar tristezas num belo sorriso,
Encher de cores as coisas mais sérias.
É ter sempre um verso sem guarida,
Num corpo que respira ao descoberto,
Nos olhos uma porta aberta para a vida,
Na alma a dor amordaçada do incerto.
É dar passos de coragem em rua escura,
Construir uma ponte sobre o mundo,
Beber a alegria na ressaca da amargura,
Viver do lixo como qualquer vagabundo.
É abrir as entranhas e transformar,
Esse acto fraticida,
Em palavras para dar,
Outros sentidos à vida.
É ter mil seres para deslindar,
E neles ser saltimbanco,
E só encontrar o seu lar,
Num mundo de folhas em branco.
É escutar quando queremos falar,
Falar quando nos querem sem voz,
Escrever quando devíamos gritar,
Tudo o que vamos calando em nós.
É cantar quando não temos voz,
Dançar ao som do silêncio,
Caminhar na multidão a sós,
Voar quando não sopra o vento.
É ser um comum mortal,
Animal de carne e osso,
Que entre o bem e o mal,
Escolhe o melhor desse fosso.
É transformar sonhos em realidade,
Passar da tristeza à alegria,
Ir num instante do campo à cidade,
Transformar a noite em dia.
É fazer os fracos capazes,
De lidar com as desilusões,
Transformar desertos em oásis,
Para conforto das solidões.
É ter tudo e não ter nada,
E nunca perder o encanto,
De trilhar essa estrada,
Que dos sonhos faz seu manto
7-05-2008
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By Placido De Oliveira on segunda-feira, agosto 24, 2009
Escrevo porque em mim isso é algo urgente
Porque nessa urgência existe fome e desejo
Porque não consigo ficar distante e ausente
De pintar em palavras o que sinto o que vejo
Tremenda esta minha sede interior de viver
Sentir o fluir de vida num continuo encanto
E neste meu irresistível impulso de escrever
Eu vivo, sonho, sou, existo e canto.
Como muita gente invade-me esta vontade
Do cinzento da vida fazer uma bela história
Mudar ódios em amor, amarras em liberdade
Raivas em tranquilidade, fracassos em glória
Escrevo porque que foi a isso condenado
De nas palavras ser abandonado mendigo
Nelas a única forma de me sentir libertado
Dos gritos da alma que vive comigo
Escrevo porque minha modéstia ousa querer
Fazer simples canções das músicas que sinto
Perdido em palavras que raramente ouso ler
Vou gritando verdades em tudo o que minto
Sou como Colombo, não sei para onde vou
Mas vou! Sou peregrino no meio da gente
Escrevo porque sem isso não sei quem sou
Perdido entre passado futuro e presente
Posted in abraço, acreditar, escrever, poesia | No comments
By Placido De Oliveira on segunda-feira, agosto 24, 2009
Os sonhos são a procura do oásis esplendoroso
Onde absorvemos uma agua de vida sem parar
São o refúgio do guerreiro nobre e valoroso
Que não recusa uma causa pela qual deva lutar
São as esperanças que teimosamente guardamos
Num recanto especial dentro dos nossos corações
E que despertam sempre que na vida desejamos
Partir numa aventura em busca de emoções
São a possibilidade de experimentar outras vidas
Quando a que vivemos nos causa tanta frustração
De construirmos castelos com as ilusões perdidas
Onde encontramos a paz e aniquilamos a solidão
São a flor que regamos e que não deixamos morrer
Cujo perfume absorvemos sempre que necessitamos
Cuja magia nos embala e nos ajuda a compreender
O mundo por vezes desumano onde nos encontramos
São uma fonte de tesouros de valor incalculável
Porque não são efémeros como a vida nos faz crer
Brotam do interior qual fonte pura e inesgotável
E não devemos imaginar maior tesouro para ter
Com eles descobrimos a nossa verdadeira natureza
Quais alquimistas procurando o precioso tesouro
Experimentamos alegrias e aniquilamos a tristeza
São a nossa forma livre de converter metal em ouro
24/08/2009
By Placido De Oliveira on segunda-feira, agosto 24, 2009
Acredito que momentos mágicos teremos
Para que sejamos nós mesmos de verdade
E na loucura da vida a fonte encontraremos
Para beber os sabores da plena felicidade
Embriagados pelos aromas de querer viver
Sem limites e com jovial loucura viajamos
Para a vida que merecemos e exigimos ter
E não a que nos impõem e nunca desejamos
Seremos livres para nos céus voar
Para outros mundos belos e risonhos
E aprenderemos dia a dia a disfrutar
Viver nos ventos dos nossos sonhos
Este futuro que imagino no meu pensamento
Não é um lamento por derrotas já acumuladas
É um grito interior de ânimo e grande alento
Pelas vitórias que ainda temos destinadas
É que se a prisão onde nos obrigam a respirar
Não tem os aromas que perfumam a nossa vida
Não deixemos que a velhice nos faça acreditar
Que não existia uma outra qualquer alternativa
Esta revolta que agora convosco quero partilhar
É uma esperança para que todos no seu cansaço
Possam algum dia ter forças para poder lutar
Pela felicidade forjada ao ritmo do seu passo
Para que sejamos nós mesmos de verdade
E na loucura da vida a fonte encontraremos
Para beber os sabores da plena felicidade
Embriagados pelos aromas de querer viver
Sem limites e com jovial loucura viajamos
Para a vida que merecemos e exigimos ter
E não a que nos impõem e nunca desejamos
Seremos livres para nos céus voar
Para outros mundos belos e risonhos
E aprenderemos dia a dia a disfrutar
Viver nos ventos dos nossos sonhos
Este futuro que imagino no meu pensamento
Não é um lamento por derrotas já acumuladas
É um grito interior de ânimo e grande alento
Pelas vitórias que ainda temos destinadas
É que se a prisão onde nos obrigam a respirar
Não tem os aromas que perfumam a nossa vida
Não deixemos que a velhice nos faça acreditar
Que não existia uma outra qualquer alternativa
Esta revolta que agora convosco quero partilhar
É uma esperança para que todos no seu cansaço
Possam algum dia ter forças para poder lutar
Pela felicidade forjada ao ritmo do seu passo
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