By Placido De Oliveira on segunda-feira, agosto 24, 2009
Longe das paisagens rasgadas pela firmeza dos meus passos
Trilho outros caminhos, construo novas histórias
Outras vidas, outras gentes, outros sons ritmos e compassos
Enriquecem e vão enchendo o baú das minhas memórias
Meu imaginário, aglomerado disperso de frágeis existências
Amadurece pela dura visão daqueles a quem falta quase tudo
Seres habituados a iludir com pura alegria infindas carências
Num palco onde a vida é “ontem” e “agora” o único futuro
Mar revolto e tormentoso, este onde meu barco tenho velejado
Ondas feitas crianças deambulando na rua de mãos estendidas
Ventos fortes , feito gritos de quem vive do lixo abandonado
Correntes feitas sons de canções de ilusões há muito já perdidas
Sorrisos que se escondem em corpos marcados pelo tempo
Aparecem de todas as direcções, cruzam-se no meu caminho
Nostalgias efémeras aniquiladas pela inocência do momento
Em que num frágil e tímido cumprimento mostram seu carinho
Estas raízes plantadas no meu ser de uma forma doce e pura
Lutam, resistem à erosão do tempo para que no fim só fique
A memoria, o sonho, o sentimento da saudade feita ternura
Dos caminhos percorridos neste país chamado Moçambique
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