By Placido De Oliveira on segunda-feira, agosto 24, 2009
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By Placido De Oliveira on segunda-feira, agosto 24, 2009
Ser poeta é viajar no pensamento,
E caminhar nesse universo sem norte,
Abrir as entranhas do sentimento,
Para fugir ao esquecimento da morte.
É estar fora de nós desordenadamente,
Deixar a alma flutuar na lua cheia,
Ser essa criança inocente,
Que enche de vida a aldeia.
É ser pássaro livre num céu de emoções,
Comungar da paisagem, perder-se no conflito,
De ter dentro de si todas as contradições,
E nesse universo procurar o infinito.
É engolir a vida sempre que preciso,
Esconder a face, congelar misérias,
Disfarçar tristezas num belo sorriso,
Encher de cores as coisas mais sérias.
É ter sempre um verso sem guarida,
Num corpo que respira ao descoberto,
Nos olhos uma porta aberta para a vida,
Na alma a dor amordaçada do incerto.
É dar passos de coragem em rua escura,
Construir uma ponte sobre o mundo,
Beber a alegria na ressaca da amargura,
Viver do lixo como qualquer vagabundo.
É abrir as entranhas e transformar,
Esse acto fraticida,
Em palavras para dar,
Outros sentidos à vida.
É ter mil seres para deslindar,
E neles ser saltimbanco,
E só encontrar o seu lar,
Num mundo de folhas em branco.
É escutar quando queremos falar,
Falar quando nos querem sem voz,
Escrever quando devíamos gritar,
Tudo o que vamos calando em nós.
É cantar quando não temos voz,
Dançar ao som do silêncio,
Caminhar na multidão a sós,
Voar quando não sopra o vento.
É ser um comum mortal,
Animal de carne e osso,
Que entre o bem e o mal,
Escolhe o melhor desse fosso.
É transformar sonhos em realidade,
Passar da tristeza à alegria,
Ir num instante do campo à cidade,
Transformar a noite em dia.
É fazer os fracos capazes,
De lidar com as desilusões,
Transformar desertos em oásis,
Para conforto das solidões.
É ter tudo e não ter nada,
E nunca perder o encanto,
De trilhar essa estrada,
Que dos sonhos faz seu manto
7-05-2008
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By Placido De Oliveira on segunda-feira, agosto 24, 2009
Escrevo porque em mim isso é algo urgente
Porque nessa urgência existe fome e desejo
Porque não consigo ficar distante e ausente
De pintar em palavras o que sinto o que vejo
Tremenda esta minha sede interior de viver
Sentir o fluir de vida num continuo encanto
E neste meu irresistível impulso de escrever
Eu vivo, sonho, sou, existo e canto.
Como muita gente invade-me esta vontade
Do cinzento da vida fazer uma bela história
Mudar ódios em amor, amarras em liberdade
Raivas em tranquilidade, fracassos em glória
Escrevo porque que foi a isso condenado
De nas palavras ser abandonado mendigo
Nelas a única forma de me sentir libertado
Dos gritos da alma que vive comigo
Escrevo porque minha modéstia ousa querer
Fazer simples canções das músicas que sinto
Perdido em palavras que raramente ouso ler
Vou gritando verdades em tudo o que minto
Sou como Colombo, não sei para onde vou
Mas vou! Sou peregrino no meio da gente
Escrevo porque sem isso não sei quem sou
Perdido entre passado futuro e presente
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By Placido De Oliveira on segunda-feira, agosto 24, 2009
Talvez as relações amorosas devessem vir acompanhadas de um manual de instruções em varias línguas, porque na era do amor sem barreiras geográficas tal seria importante.
Todos dedicamos ao tema do amor muito tempo das nossas vidas, quer em conversas nos mais díspares espaços e com os mais diversos interlocutores, quer nos momentos em que isoladamente tentamos (pobres que nunca compreendemos que é impossível…) definir o seu conceito.
Desistimos sempre desse desígnio de qualificar o inqualificável, e contentamo-nos -quase sempre - em listar uma séria de factores que o mesmo deverá incluir seja qual for a sua definição.
Tanto tempo dispendido com esta temática, que deveríamos num determinado momento das nossas vidas ser apelidados de “gurus” do AMOR, e ser convidados a dar palestras nas universidades da vida.
A verdade é que sabemos sempre começá-las, agarramo-nos aos inícios com a sabedoria dos mágicos, operámos transformações milagrosas em nós próprios e no objecto do nosso amor, de repente tudo nos é fácil e grato, sentimo-nos com asas de falcões, nas nossas costas cresce uma capa encarnada e carregamos no peito o símbolo do Super Homem, tudo é óbvio visto assim, o mundo aparece aos nossos olhos como um jardim florido.
Não há nada melhor do que começar uma relação.
O novo é irresistível. Descobrem-se coincidências que vão desde a mesma colecção de cromos, às músicas que escutamos, aos gostos culinários (o sushi que detestávamos até que nos começa a parecer o melhor petisco dos deuses…). Descobrimos o prazer que não tínhamos numa saída com gente que nada nos diz, e drogamo-nos com todas as palavras que escutamos, e que sempre pensamos merecer.
É a primeira vez, outra vez em tudo.
Descobrimos o outro em nós e nós no outro.
Descobrimos que afinal sabemos cozinhar e até uma visita ao Mosteiro dos Jerónimos (antes entediante) nos parece de um imenso romantismo.
No início de todos os inícios sentimo-nos tão estupidamente felizes que seríamos capazes de morrer a seguir, porque achamos que atingimos o ponto máximo da felicidade.
Mas o pior, o pior mesmo, vem a seguir, como dizia o Picasso "…bom mesmo é o início porque a seguir começa logo o fim…". E quando o fim chega já é tarde demais para voltar atrás. (e como faria falta o tal manual para saber como com ele lidar)
É sempre tarde demais, porque isto do amor é mesmo uma coisa complicada, começa-se do nada, vive-se na ilusão que se tem tudo, mas o que fica quando o amor acaba é um nada ainda maior.
E o pior (dizem os comuns mortais) é que na primeira oportunidade repetimos os mesmos erros à espera de resultados diferentes (o que até me agrada pois é um bom sintoma de demência).
Aos poucos vamos vendo o amor perdendo-se, acabando...sentindo a cada dia mais distância do outro.
O seu sorriso já não é o mesmo, já não aceita a rotina como antes, já não nos olha com tanta ternura, e já não faz questão de esconder o descontentamento...
Sentimos uma grande saudade do que fomos, do que juntos sonhamos, de tudo o que com felicidade construímos. Não sabemos nada dos sentimentos da alma que um dia julgamos gémea da nossa, sabemos apenas do nosso coração, que sente medo, que foge dos sentimentos, que não se entrega mais e que vive atormentado de culpas a perguntar:
Porque?
Num determinado momento compreendemos que: o que mais nos dói é saber que o nosso “eu” e outro “eu” nunca construirão o “nós”.
E quem se considere imune a tais disparates e nunca tenha passado por estas avarias sentimentais, que atire a primeira pedra…
Alguém (desses eruditos que estão sempre seguros de tudo.....) escreveu "… primeiro parece fácil, é o coração que arrasta a cabeça, a vontade de ser feliz que cala as dúvidas e os medos. Mas depois é a cabeça que trava o coração, as pequenas coisas que parecem derrotar as grandes, um sufoco inexplicável que aparece onde antes estava a intimidade …."
E pronto, já está tudo estragado. Acaba-se a festa, o delírio, o fogo de artifício, o sabor da novidade e onde vamos parar? Ao vazio. Ao abismo. Ao grande buraco negro dessa coisa horrível e inevitável que se chama depois, DEPOIS DE SE APAGAR A CHAMA.
Mas esta é a condição humana, doa a quem doer.
Ou então, a ironia da vida separa os amantes para sempre e o fim do amor é o início do mito do amor eterno. Pedro e Inês foram sepultados de frente um para o outro, para que se pudessem ver, caso regressassem ao mundo. Romeu e Julieta nunca mais se separaram no imaginário Ocidental. Dante viveu para sempre ao lado de Beatriz, a Penélope recuperou o seu guerreiro depois de 20 anos de espera.
O amor esse mistério que antecede a vida e sobrevive à morte, reina como um tirano por cima de todas as coisas, mas poucos são os que o conseguem agarrar. É mais difícil de alcançar do que o Olimpo, porque não está nem no céu nem na terra, paira como uma substância invisível, mais leve que o ar, mais profundo que toda a água dos oceanos.
Pode até ser apenas uma invenção dos homens para fugir à morte, ou uma realidade para dar razão à vida.
Mas! Ilustres e comuns cortais, tudo o que é belo é digno das nossas lutas, e por isso fujamos dessa terra sem esperança, onde habitam os crentes de que na vida não existe sofrimento, esses que ainda não descobriram que nos caminhos do amor qualquer sofrimento vale a pena.
“ …ainda pior a convicção do não, ou a incerteza do talvez, é a desilusão de um quase….”
É o “quase” que nos deve entristecer, "...que nos mata trazendo tudo o que poderíamos ter sido e não fomos. Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase amou não amou. Basta pensar nas oportunidades que escaparam entre os dedos, nos momentos que se perdem por medo, nas ideias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no Outono. Perguntamo-nos às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna, a resposta está estampada na distância e na frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços na indiferença dos “bons dias”, quase que sussurrados. Sobra a covardia e falta de coragem até para sermos felizes..." (Sarah Westphal)
Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor. Mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio-termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza.
De nada adianta economizar a alma, um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance.
Ah! Ânsia de amar Febre bendita...É Inevitável! Um dia perderei outra vez a lucidez e voltarei a amar.
11-11-2010
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By Placido De Oliveira on segunda-feira, agosto 24, 2009
Muito desejaria ter a capacidade de por palavras expressar-te a minha gratidão
Aproveitar este verso simples para te dizer o que por vezes para mim guardei
Recordar a criança frágil que um dia descobriu o mundo agarrada à tua mão
Imaginar-te bem perto de mim, sussurrar-te ao ouvido que nunca esquecerei
Aquilo que pelos que amas tens feito e que para sempre guardarei no coração
Em teus braços que se abrem para mim encontro o amor e a amizade mais pura
Nesses braços meigos repletos de amor, esqueço a vida e volto a ser uma criança
Grande a força que me dá tua presença tua coragem e sabedoria sempre madura
Razão pela qual te imagino sempre a entrar pela minha porta cheio de esperança
Ainda não sei como sarar a saudade de tantas horas passadas sem te sentir e ver
Como espero o momento em que sentindo ao longe tua voz, já não estejas distante
Imaginar-te não é sentir-te, é estar sozinho é sonhar-te procurando-te para te ter
Acalmando minha alma, abraçando-te como se o mundo acabasse nesse instante
Como é linda aquela a quem dedico estes momentos em que o meu coração chora
Apertado por saber ser impossível com palavras exprimir o que me vem na alma
Bendito o destino que me deu esta pessoa bela, tanto por dentro como por fora
Respeito-a pela sua luta, perseverança, amizade desprendida e natureza calma
Amo-a pelo que é, por ser única e especial, por sua alma de pureza transparente
Lamento e perdoa-me, se algum dia de uma forma consentida de ti estive ausente
Por me ter adormecido em muitas noites, em que nunca sentia vontade de acordar
Intensos os dias em que me ajudou, a encarar a imaginação como outra realidade
Resolvendo sempre os meus problemas com a nobreza de sempre os saber escutar
E agora que penso em ti minha mãe, sinto honra, carinho e uma enorme vaidade
Saber-te sempre minha para juntos partilhar-mos a vida para toda a eternidade
Farei o impossível para que na vida das minhas conquistas só te possas orgulhar
Imaginaste para mim caminhos e percursos, que nem sempre escolhi para viver
Guiaste-me num caminho difícil a lapsos injusto, e ensinaste-me a o enfrentar
Um caminho chamado de vida que se moverá com os sonhos que juntos iremos ter
Estas não são palavras escritas na areia seca de um imaginário e longínquo mar
Inventadas por alguém desejoso que as ondas depressa cheguem para as apagar
Resolvi escreve-las porque não posso deixar que os dias passem e nunca te dizer
Esta saudade que senti enquanto estive escrevendo o que espero venhas a ler
Dolorida como toda a saudade sentida por quem se ama, é verdadeira e irás ver
O que na vida farei para humildemente provar que o teu amor mereço sempre ter
Sei desde sempre que nunca existirá na vida uma forma mais pura e bela de gostar
Imagino-me transformado em vento, e dessa forma chegar até ti como brisa suave
Levaria uns segundos até tocar de leve na tua janela e se tu me permitires entrar
Vou o teu corpo abraçar, te embalar nos meus carinhos e baixinho dizer-te a verdade
Amo-te hoje mais que ontem, e nunca na vida poderei deixar algum dia de te amar
Por saber que nunca poderei ser vento, só me resta isso imaginar no pensamento
Estou escrevendo os meus sentimentos e enquanto escrevi lágrimas de alegria chorei
Refugio que encontrei para exteriorizar a alegria que me acompanhou neste momento
Em que por fim te digo o que por inexplicável cobardia nunca disse e sempre pensei
Imagino agora que amanha será outro maravilhoso dia em que a tua presença me traz
Razão para a minha vida, luz para os meus passos, amor e carinho puro onde beberei
A agua da minha felicidade, a cura da minha saudade e como sempre a verdadeira paz
Para ti minha mãe, um forma de dizer AMO-TE...
11-11-2010
By Placido De Oliveira on segunda-feira, agosto 24, 2009
Os sonhos são a procura do oásis esplendoroso
Onde absorvemos uma agua de vida sem parar
São o refúgio do guerreiro nobre e valoroso
Que não recusa uma causa pela qual deva lutar
São as esperanças que teimosamente guardamos
Num recanto especial dentro dos nossos corações
E que despertam sempre que na vida desejamos
Partir numa aventura em busca de emoções
São a possibilidade de experimentar outras vidas
Quando a que vivemos nos causa tanta frustração
De construirmos castelos com as ilusões perdidas
Onde encontramos a paz e aniquilamos a solidão
São a flor que regamos e que não deixamos morrer
Cujo perfume absorvemos sempre que necessitamos
Cuja magia nos embala e nos ajuda a compreender
O mundo por vezes desumano onde nos encontramos
São uma fonte de tesouros de valor incalculável
Porque não são efémeros como a vida nos faz crer
Brotam do interior qual fonte pura e inesgotável
E não devemos imaginar maior tesouro para ter
Com eles descobrimos a nossa verdadeira natureza
Quais alquimistas procurando o precioso tesouro
Experimentamos alegrias e aniquilamos a tristeza
São a nossa forma livre de converter metal em ouro
24/08/2009
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