Poesia e pensamentos livres

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Quando alguém parte sentimos uma grande tristeza
Um sentimento de total perda e nada que nos alegre
Mas no nosso coração deve ficar a alegria da certeza
Que a despedida não é um adeus mas um até breve


Não tenhas tristeza na despedida, porque na verdade
Quem agora parte fica eternamente guardado no coração
Daqueles que agora ficam com eterna e sentida saudade
Até que numa outra qualquer vida se retome essa união.

Este adeus que agora pronuncias num silêncio apagado
É querida amiga uma tão simples e efémera saudade
Existira uma nova oportunidade do reencontro esperado
Onde com quem agora parte viverás toda a eternidade



Longe das paisagens rasgadas pela firmeza dos meus passos
Trilho outros caminhos, construo novas histórias
Outras vidas, outras gentes, outros sons ritmos e compassos
Enriquecem e vão enchendo o baú das minhas memórias

Meu imaginário, aglomerado disperso de frágeis existências
Amadurece pela dura visão daqueles a quem falta quase tudo
Seres habituados a iludir com pura alegria infindas carências
Num palco onde a vida é “ontem” e “agora” o único futuro

Mar revolto e tormentoso, este onde meu barco tenho velejado
Ondas feitas crianças deambulando na rua de mãos estendidas
Ventos fortes , feito gritos de quem vive do lixo abandonado
Correntes feitas sons de canções de ilusões há muito já perdidas

Sorrisos que se escondem em corpos marcados pelo tempo
Aparecem de todas as direcções, cruzam-se no meu caminho
Nostalgias efémeras aniquiladas pela inocência do momento
Em que num frágil e tímido cumprimento mostram seu carinho

Estas raízes plantadas no meu ser de uma forma doce e pura
Lutam, resistem à erosão do tempo para que no fim só fique
A memoria, o sonho, o sentimento da saudade feita ternura
Dos caminhos percorridos neste país chamado Moçambique




Em tempos já saudosos de uma convivência sadia
As palavras surgiam de forma partilhada e pura
Momentos adoçados por uma contagiante alegria
Sentimentos nasciam forjados pelo aço da ternura

As palavras eram vida e despertavam emoções
Maravilhosos pareciam todos os breves silêncios
O Som era o bater alegre de dois jovens corações
Vibrando ao ritmo de embrionários sentimentos

Como tentei ser verdadeiro e o meu ser entregava
Tentei com humildade compreender outras realidades
Mas num mar de inocência meu frágil barco navegava
Ao sabor de ventos oriundos de outras verdades

Essa vida feita imagem de mulher que desejei poder ter
Vivia e agia ao sabor de outras emoções e necessidades
Eu longe da sua linda presença não via nem queria ver
O abismo que existia entre a minha e as suas vontades

Desejei nesses tempos em que só vivi um sonho profundo
Sentir-me seu e do seu natural prazer fazer minha alegria
Desejei ter asas e com ela voar em direcção a um mundo
Idealizado pela minha sã loucura e inesgotável fantasia

Mas rapidamente a vida uma vez mais se encarregou
De provar que afinal neste mundo é quase sempre infeliz
Quem a alguém todo o seu ser sem reservas entregou
Sem perceber a diferença entre o que se faz e se diz

Como é triste verificar nas memórias desses tempos
Que aquela a quem dei minha alma e todas as ilusões
Em quem depositei infindáveis e puros sentimentos
Abraçava com todo o seu ser outras mentes e paixões

Continuarei alquimista não sonhar é deixar de viver
Morre um sonho outros renascem e lindos florescem
Acredito no amor e em dar sem nada esperar receber
Acredito na vida e em momentos que não se esquecem

Quando um dia as dificuldades me obrigarem a sentir
Saberei serenamente as adversidades enfrentar
Porque não existe qualquer vergonha em um dia cair
A vergonha existe quando não nos sabemos levantar




Estou nos meus sonhos a voar nos teus sentimentos
Tenho na memória cada mensagem sentida enviada
Todos os pequenos mas mágicos e alegres momentos
De uma efémera alegria e partilha nunca imaginada

Cada sorriso silencioso cada suspiro de pura alegria
O corpo que treme invadido por uma serena calma
Desejo que a distância nunca aniquile esta magia
De te sentir ausente e tão perto da minha alma

E se um dia lado a lado na vida pudermos contemplar
E no calor inocente de um abraço sentir tua presença
Quem sabe o momento não será para sempre recordar
Quando no silêncio do meu ser sinta a tua ausência

E quando esta loucura for um sublime acto de amor
De pontes atravessadas à descoberta de um caminho
Conhecerás finalmente o mais belo e nobre sabor
Das formas em que desejo dar-te todo o meu carinho




Faz hoje em silêncio o balanço de mais um efémero tempo
No horizonte murmúrios de uma vida nem sempre partilhada
Confundem-se com momentos que geram o nobre sentimento
De que esta vida é curta mas uma bela e fantástica caminhada

Retrato singelo de ser humano pintado em aguarela intemporal
Com cores de sonhos resistentes à guilhotina do esquecimento
Pinceladas com simplicidade e espontaneidade sempre natural
Numa moldura dourada em que a beleza é o único elemento

Aquela luz que irradia e que pela vida fora a irá acompanhar
Brilha à sua volta iluminando os caminhos que irá percorrer
E através dela conseguirá com toda a naturalidade encontrar
O que nesta jornada finita ainda continua a desejar poder ter

Lá no íntimo do seu ser encontramos uma natureza já perdida
Onde tudo coexiste de forma pura que na nossa alma nos toca
Neste dia uma saudação sentida de quem como ela ama a vida
E todas as emoções e sentimentos que esta sempre provoca

Nos tempos em sinta que a noite teimosamente não desfalece
E em que nela se instalem angustias e desmedidos lamentos
Sentirá a presença da amizade preocupada que não adormece
Pelas insónias nascidas no sentir amigos em difíceis momentos

Hoje pedimos simplesmente que escreva no seu diário secreto
A quem cada momento mágico vivido isoladamente confidencia
Que em cada dia que o seu ser se sinta sozinho e incompleto
Seremos nós a provar-lhe quão lindo é o raiar de cada dia



Aqueles que navegam num mundo de claras verdades
Desconhecem que certezas são questão do momento
Aliam ao desconhecimento infundamentadas vaidades
E permanecerão na história no pedestal do esquecimento

Estes virtuais iluminados que vivem na convicção
De que suas palavras são inequívocas sentenças
Um dia descobrirão que entre presunção e imaginação
Permanece a verdade que destruirá as suas crenças

Não aniquilarão nunca a certeza que existe em alguém
Que por experiência de vida tem hoje certo e seguro
Que a duvida é a unica fonte donde o conhecimento vem
E que a única verdade certa vem com o incerto futuro

E todos os que pensarem que são donos da verdade
Poderão de uma forma simples começar a entender
Que a cegueira que não lhes permite ver a realidade
Parte da arrogância de quem de facto não quer ver

Que nesta viajem fantástica a que chamamos de vida
Certo é que o conhecimento provém da circunstância
De que por cada grama de uma sabedoria apreendida
Ganharemos muitos quilos da mais límpida ignorância



Numa folha colorida
De uma vida arrancada
Vou cantar um hino à vida
Vou compor uma balada

Sons de cantor sem voz
Que da vida faz canção
Num ritmo sempre veloz
Sem qualquer diapasão

Neste trotear de sons
Uma música já ecoa
Não interessam os acordes
Se a palavra for boa

A vida é pássaro ferido
Num imenso vendaval
É um barco perdido
Num enorme temporal

É flor que desespera
Pelo seu raio de luz
É lavrador que espera
Pelo que a terra produz

É sentir-se exilado
Numa terra num país
E sentir-se abandonado
Por quem mais nos diz

São conquistas guardadas
Por temor ou por opção
Por armas disparadas
Com a nossa própria mão

Mesmo que sintamos frio
É preciso não esquecer
Que podemos ser um rio
Que desagua onde quer

É um mar de almas livres
Continuamente a crescer
Que das memórias faz livros
Para que possamos ler

É um palco de esperança
Para quem com vontade
Quiser ser como a criança
Que só sente liberdade

É um belo e imenso mar
Fluindo sem barreiras
Onde temos que nadar
De variadas maneiras

Por vezes é perseguida
Pela força do mais forte
Mas a força desta vida
É maior que a sua morte

Mesmo que tenha passado
Sem que tenhamos conseguido
O que teríamos desejado
Nela ter construído

E por isso ter que pagar
Com lágrimas derramadas
O preço de carregar
Vidas não desejadas

Pensem muito claramente
E com os cinco sentidos
Que no meio de tanta gente
Um dia estivemos vivos

E enquanto respiramos
Saiámos desse coma profundo
De não ser quem desejamos
E lutemos por esse mundo

E se em qualquer canção
Existe sempre um refrão
Esta é a excepção
Que à regra dá razão

24/08/2009


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