By Placido De Oliveira on terça-feira, agosto 24, 2010
Vontades e realidades em linhas paralelas que momentaneamente se intersectam.
Ou quiçá nunca!
Tudo acontece entre tempo e tempo, entre pressa e pressa.
Gente à procura de ter pressa.
Gente com pressa da procura.
Gente calmamente com pressa, ou apressadamente calma.
Do finito ao infinito à velocidade da luz.
Quantificações simplistas de uma realidade equacionável.
Num espaço indefinido entre tudo e nada ou qualquer coisa.
Tudo está errado ou provavelmente tudo pode estar certo.
Desequilíbrios matemáticos em equações desiguais.
Demasiadas incógnitas!
Tudo existe ou inexiste e no meio disso nós.
Meio existência, um quarto de vivência e tudo o resto sonho.
Na metade de existência o todo não tem resto.
No quarto de vivência todo o meio é esquecido.
E no resto o pouco do nada que desejamos.
Quarto, meio, resto, que raio! Tanto de tão pouco faria uma equação melhor.
E tão pouco resta para não existir equação nenhuma.
E será que existe solução? tantas são as incógnitas!
Aumentar o resto elevando o quarto diminuindo o meio?
Diminuir o meio potenciando o quarto?
Resto zero, igualando quarto e meio?
E outro tanto de tantas outras.
Múltiplas combinações e nem sequer gosto de matemática.
Complicações aritméticas de uma realidade sempre a mudar as equações.
Habitamos nos subúrbios do resto alimentando-nos das memórias do quarto para engordar o meio.
Esse conjunto de metades em linhas paralelas com a unidade, com intersecções pontuais que rapidamente divergem exponencialmente.
Como seria ideal se tudo voltasse à simplicidade do um mais um igual a dois.
Mas não!
Infelizmente somos feitos de desequilíbrios conformadamente equilibrados.
Tudo se move, enquanto se move, pela majoração romântica do resto.
E mesmo que nada reste desse resto majorado, momentaneamente saímos dos subúrbios e visitamos a cidade.
E entre visita e visita quem sabe descobrimos um quarto com janela para o horizonte da materialização do resto.
Venceremos a matemática, não tenho a menor dúvida disso!
Na nossa génese já o fizemos!
Somos o resultado de uma equação num espaço tridimensional, que nasceu graças à força de contestar probabilidades ínfimas.
Simplifiquemos os teoremas reinventando a nossa lógica.
A vida será sempre superior a todas as matemáticas.
Meio, resto, quarto!
Cada dia uma nova equação.
Cada vida uma equação diferente.
A minha equação de amanhã será igual à de hoje?
Não sei!
Que o resto me domine e traga novas igualdades.
E quem sabe as nossas vidas não terão um ponto de intersecção.
No finito ou infinito!
Incógnita!
Mais uma.
24-08-2010
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E desse resto há essencialmente três pontos de partida: 1. Manter-se nele; 2. Ressurgir tal qual uma fênix; 3. Esvair-se no fim, na derrota. E dentre tantos restos que vivi, sobrevivi... me considero na segunda opção e sempre, sempre, sempre ressurgindo e interpretando, com o tempo e em tempos de alívio, que eles na realidade não passavam de pontos de partida, do fim de uma realidade ou processo dando início a outro, ambos interligados essencialmente. Um ciclo... o grande ciclo da vida!!
ResponderEliminarE concordo plenamente quando você diz que: "Vontades e realidades em linhas paralelas, que momentaneamente se
intersectam. Ou quiçá nunca!" Mas, acredito muito que, tentando explicar as decepções para mim mesma, nós mesmos contribuímos para que isso aconteça, pois na maioria das vezes fazemos confusão entre nossos interesses com as necessidades, o que impossibilita e dificulta nossas realizações.
Parabéns pelo texto... muito bom, vou ler mais vezes!
Jal Magalhães
www.donnapoesias.blogspot.com