Poesia e pensamentos livres

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Por tua culpa, por minha culpa, por sabe-se lá culpa de quem, acabo de sair do cinema mudo, da rocha calcada abandonada e sonolenta da apatia.
Desse buraco negro onde todas as direcções são boas porque nunca se sai do mesmo sítio.
Todos os meus pensamentos são agora traços firmes tatuados sem receios num papel deslumbrado com a minha convicção.
Ouso querer pintar o infinito e superiorizar-me à dimensão das palavras.
Mas neste momento tudo é possível!
Sinto uma invasão pacífica de coragem, silenciam-se os temores, caem os muros onde pendurei os papéis vazios que sucumbiram ao medo do fracasso.
Vejo além das paredes e consigo imaginar-me a subir até esse promontório onde toda a alma se converte naquilo que acredita poder vir a ser.
E é nesta força de acreditar que me invade que está a razão de ter sacudido o pó a este desgraçado papel que já se arrepende de ter saudades minhas.
A minha geografia expande-se na conquista de espaços para além dos exíguos metros quadrados que possam existir entre o medo e dúvida.
Ninguém pode alterar verdades que só a mim me pertencem, mas como é motivante um genuíno “Acredito Em Ti”.
As dúvidas perdem os alicerces onde sustentaram o edifício dos sonhos desfeitos e despertam sorrisos por todos esses mortos imaginários que sempre se riram da minha criação.
Fora de mim existe alguém que acredita, não no que a minha face visível transmite, mas no que sendo invisível aos olhos é realmente meu.
E por isso hoje sinto-me em paz, para calmamente (acalmia que me espanta…) compreender que ao tentar esconder o meu pânico do fracasso sobre o manto da apatia, nada mais fiz que assumir-me como escravo do medo e vender a minha liberdade a troco de nada.
Só vendo a minha verdade reflectida no espelho dos dias, poderei talhar os contornos da minha imagem impoluta e o reflexo desse esforço percorrer o mundo de mãos dadas com a minha alma serena.
Claro que isso não me acontece por cobardia, mas pela insuportável necessidade que tenho de procurar a perfeição.
E quase sempre na procura desta, nada construo que permaneça mais que o segundo que demora a minha crítica a destruir tudo.
Tantas vezes me coloco, ou tento me colocar, do lado dessa ignorância genuína que nada exige e que no limite encerra alguma eternidade.
Mas quase sempre sucumbo à realidade de turista nas ruas do conhecimento.
Não obedeço à minha razão nem a qualquer outra.
Desconheço a razão que sigo, se sigo alguma deve ser minha! A minha complexa mente obriga-me a avançar na vida com a lentidão da ponderação e prudência.
Demasiado pensamento para quem não quer dar passos para trás ficando sempre no mesmo sítio.
Mas hoje até acredito em contos de fadas, em amores eternos, no sentimento puro, no sorriso genuíno, nas pessoas que amo, em almas gémeas.
Acredito na dimensão estóica da saudade, no grito mudo da solidão que ama, no silêncio que liberta, na diferença que completa, no sonho que constrói, na pele que nos liberta.
Acredito que a eternidade é esse espaço que medeia entre sonho e sonho com a nossa real assinatura.
Acredito que eterno é o que fica do que passa entre a desigualdade dos dias e a distinta claridade das noites.
Acredito em tudo que não devo mas sinto-me mais eu que nunca e amo-me de verdade.
Fui em tempos o início de um sonho, que logrou construir o seu caminho desenhando estradas com sonhos próprios.
Fui o início!
A continuidade depende da minha capacidade de aceitar que sou responsável por tudo o que de mim fizer.
Não posso ser responsabilizado pelos sonhos alheios mas serei consequência dos meus.
Porque tenho eu constantemente medo do reflexo das minhas acções no futuro?
Porque tenho eu que exigir que tudo o que faça toque a melodia da perfeição e dessa forma tenha uma eternidade que não existe?
Pensar que a eternidade pode ser uma realidade é aniquilar a beleza do momento, dure este o que durar.
Tudo o que possa ser eterno torna-se em grande medida irrelevantemente existente.
Perdi muito tempo amordaçado e esfomeado e compreendo hoje que uma alma faminta nunca poderá ser livre.
Um dia talvez eu possa ser um poeta mas nesse dia perderei o medo do ridículo ou de qualquer outra manifestação de subjectividade alheia.
Quem sente medo não se ama a si mesmo, não ama nada que seja seu, nem nada que lhe seja alheio.
Não posso mudar aquilo que sou, mas posso e devo mudar tudo o que me leva a ser diferente disso.
Durante este tempo náufrago em águas de motivação, realizei sonhos antigos, desenterrei projectos em decomposição e deleitei-me com desejos proibidos que escondi nesse canto esquecido onde sempre tentamos fechar a desilusão e a derrota.
Tudo o que em mim pode neste momento transparecer se fosse visível, é a despreocupada noção do tempo, a vontade de criar e o brilho da gratidão estampada nos meus olhos.
Obrigado a todos os que em mim acreditam porque hoje, antes de adormecer, vos dedicarei a minha liberdade e os meus sonhos florescerão com todo o amor do mundo.

07-03-2012


alvez, não sei! Não sinto ser capaz!
Tantas exteriores vontades me forçam a entrar no reino das palavras! Tantos os que me querem ver transformado em toscos traços perdidos num papel condenado ao esquecimento. Genuínas e amigas mentes impelem-me para um espaço onde sempre me sinto recluso da sentença perpétua da inferioridade.
Falam-me!
Argumentam!
Despertam-me da hibernação de mim, e vestem-me de coragem!
Impelem-me!
Colocam-me nessa estrada tortuosa de usar a linguagem para gritar o que sempre calo, pintando com sangue de uma ferida que não tenho, quadro de uma eternidade que não sonho.
Obrigam-me a ir contra a minha vontade de não ter vontade.
Querem que seja arquitecto de um edifício que não sei desenhar, e que por momentos, acredite que talvez!
Talvez um dia seja capaz de construir com o cimento das palavras um edifício consistente de incontestável eternidade. Desejam que acredite que não estou distante do dia em que entrarei pelas suas portas, e me sentarei no seu átrio como um conquistador que assume o trono que sempre lhe pertenceu.
Talvez, não sei! Não sinto ser capaz!
E como balanço quando essas vozes em mim ecoam! Elas não sabem (Ou sabem e por isso insistem…) como sou arrebatado pela beleza de todas as mentes livres que ousaram e conseguiram criar imortalidade. Admiro o que é de outrem e destruo desapiedadamente o que é de mim. Não por ser compulsivo destruidor de tudo o que é meu (que sou...), até porque nada em mim existe que mereça essa perda de tempo, mas porque sempre me vejo espelhado na estátua do soldado desconhecido, um peão de outras glórias.
Tenho e terei as minhas conquistas, e delas farei a minha isolada eternidade. Mas ficarão sempre nas histórias secundárias, nos destacáveis, nas últimas páginas, nas curiosidades sobre o enredo principal, e nunca mas primeiras linhas da história sobre a história.
Talvez, não sei! Não sinto ser capaz!
Por momentos invade-me a necessidade, cativa-me a ideia e todos os meus sonhos são partes desse edifício. Portas forjadas de diamantes que projectam sua luz num vasto infinito. Janelas com vista privilegiada sobre uma cidade chamada mundo. Quartos com alma mobilados com peças de eternidade, corredores com as cores da esperança e o silêncio da música de todos os sonhos do mundo. Jardins coloridos com flores perfumadas de liberdade, fontes de paz donde jorra agua dos oásis da memória. Recantos que cantam na melancolia da noite melodias de agradecimento à vida, e despertam com a aurora para o abraço dos passos curiosos e firmes de quem pisa um sonho sonhando o seu.
Tenho a ideia do espaço mas não tenho qualquer espaço para a ideia.
Talvez, não sei! Não sinto ser capaz!
Expludo em sentimentos contraditórios, tenho a simplicidade de quem o que sabe, sabe porque viveu. Não sei inventar o que não me constrói, relatar o que não experimentei, pintar cores que não sinto, transmitir o que não acredito. Não sei musicar sons que não escuto, criar personagens tipificadas que não sejam o espelho da minha alma ou reflexos de tudo o que desejaria ter sido e nunca foi.
Não sei fazer isso!

Não tenho bola de cristal, tenho a vida.
Não tenho o motivo, sou a ausência de razões.
Não tenho o ritmo da emoção! Somente a emoção.
Não tenho páginas de palavras, tenho palavras.
Não tenho método, sou metodicamente desorganizado.
Não tenho prazos, sou o prazo que o tempo me der.
Não tenho início, meio e fim, tenho o caminho.
Não tenho capítulos, tenho momentos.
Não tenho irracionalidade, sou uma razão irracional.
Não tenho drama tenho a esperança.
Não tenho a fatalidade tenho a paixão de acreditar.
Não tenho o sofrimento, tenho a alegria.
Não sou o desencontro, sou a estrada da procura.
Não sou a guerra, sou efémero para ver eternidade nas armas.
Não sou a morte, sou o “Quixote” perdido nos moinhos da vida.
Não sou a constatação, sou a descoberta.
Não sou a imagem sou o reflexo.
Não sou partida nem chegada sou a ponte.
Não sou o objecto sou o sujeito.
Não sou o filme sou o espectador.
Não sou o livro sou a estante.

Talvez, não sei! Não sinto ser capaz!
Não sou nada e por vezes sinto que o sou o tudo que faz um nada único. E é nesses lapsos de tempo, os poucos em que me engano acreditando, que as vozes que me impelem a construir vêm como as marés, trazendo para a areia o sargaço da dúvida. E nesses momentos construo, não esse edifício onde querem que seja rei sem trono, mas uma jangada de sonhos onde me lanço ao mar desta solitária escravidão chamada escrita.
Resta-me esperar que todas as vozes que em mim ecoam, e todas as outras que em mim gritam, um dia consigam transformar a minha cabana de infinita ignorância num edifício que se ergue nos céus da imortalidade.
Talvez, não sei!
Entre a dúvida acompanhada e o acreditar em silêncio, existirei!
Quem sabe um dia serei capaz!

28-07-2009






As palavras são de facto uma arma poderosa, eu sei, como elas podem ter o poder de enaltecer ou destruir, já proferi e já escutei. Agora, dizer apenas aquelas palavras que se sentem e que dão um sentido e um proveito, isso é toda uma arte completamente diferente, que dificilmente alguém dominará por completo, ou não fosse por vezes o silêncio de ouro. Sempre respeitei o poder que podem assumir em quem as leia e lhes dê algum valor, mas não consigo resistir-lhes, são a amante secreta a quem confidencio todas as minhas paixões, essa amante que me faz explodir como um vulcão libertando-me dessa lava abrasadora que necessito expelir para o exterior como sussurros de vida.

Estas palavras que agora vos deixo, são esses sussurros, gritos amordaçados de múltiplos seres coexistentes na mesma alma, gemidos inaudíveis de corpos suados pelo êxtase de orgias num leito de sonhos.

Que vos posso dizer que já não saibam e que eu saiba com toda a certeza? Absolutamente nada! Quem pensa que tem respostas para um assunto, descobrirá na aurora de um novo dia que apenas deu alguns passos na periferia da sua ignorância.

Unicamente vos posso transmitir o que hoje tenho por certo e seguro, que não existem sonhos impossíveis, que o impossível é um conceito inventado por todos os que um dia deixaram de sonhar, que os verdadeiros obstáculos à felicidade vivem quase sempre dentro de nós, e que espero que o fluir do tempo nunca me dê razões para questionar esta certeza.

Podemos ser esse sol que morre diariamente no horizonte, mas que renasce no dia seguinte como símbolo do contínuo fluir da natureza, se deixar-nos que a luz que oriente os nossos passos resulte da erupção desses “vulcões” interiores que julgamos extintos. E na sua lava incandescente encontraremos a arma para a aniquilação do nosso adormecimento, a força de um corpo renascido em cujas veias corre o sangue dos sonhos que ninguém ousará impedir-nos de concretizar na direcção do nosso destino.

Tantas vezes me cruzei com almas que no limite do desespero me referiram o quanto desejariam libertar-se das amarras inibidoras que a sociedade coloca à expressão individual das nossas vontades. Que vivem uma vida diferente daquela que desejam, uma existência monótona sem uma faísca que acenda o rastilho da esperança, e permita essa explosão que será a génese da libertação do seu verdadeiro eu. Crianças presas em corpos adultos, amputadas na sua capacidade de ser crianças, corações congelados presos numa jaula onde não choram para não demonstrar o que pensam ser fraqueza.

Ninguém nesta vida está imune a este tipo de sentimentos, eu também os experimentei, até que entendi que existem presos que de facto o são porque foram condenados, e outros porque não querem ser livres com medo das consequências duma liberdade que temem usar.

Atingi nesse momento a perfeição da “minha loucura”.

Descobri que errar é inevitável quando se está vivo, e que isso só representa um problema quando paramos para viver a amargura do erro e deixamos de caminhar até que a vida nos leve a cometer outro. Que a essência da vida não está na continuidade duradoura da sua excelência, mas nesses efémeros momentos em que a nossa harmonia e paz interior parecem capazes de parar o tempo, em que saímos dessa jaula onde nos colocamos em exílio voluntário e mais uma vez ousamos assumir o fantástico risco de errar.

É errado não errar, uma dia descobriremos (e quem sabe tarde demais) que enquanto nos preocupamos em não chorar com medo de “demonstrar fraqueza”, enquanto ambicionamos a continua excelência, deixamos ir os segundos, as horas, os dias, e com estes o que perdemos é a própria vida.

Isso descobri porque a vida apesar de ser um bom professor, nos envia contas terríveis, porque apesar de muitas vezes ter tentado e não ter conseguido, muitas foram as vezes em que valeu a pena tentar, e nessa ponte entre erro e erro, vou acumulando memórias, plantando palmeiras e acrescentando gotas de água cristalina a esse oásis interior onde me refugiarei aquando da partida para a aventura de uma outra qualquer vida seja ela qual for.

Não tenhamos qualquer dúvida que em períodos mais ou menos duradouros o ”amorfo” fará parte da nossa existência. Eu acho que "apenas" um milhão de pequenas coisas me podem fazer feliz (talvez mais), não as quero todas de uma vez, óbvio, quero que a vida as vá trazendo e que eu as consiga achar sempre que puder. Felicidade às prestações, em pequenas doses de consumo imediato, sob mil e uma formas diferentes... em que algumas serão importantes percepcionar, experimentar mais do que uma vez. A felicidade não tem certamente a mesma expressão aos 10 anos, aos 20, nem aos 30, 40, 60, etc... a felicidade tem de ser mutável e flexível, cada dia repensada e transformada.
É quase impossível que o nosso caminho não se torne numa rotina, mais cedo ou mais tarde, e infelizes daqueles que não se conformam com isso ou pensam que o quotidiano repetitivo implica uma mente adormecida. O escape, a recolha, as sensações vêm sim, não de múltiplos caminhos percorridos (a vida nunca chegará para tudo isso), mas de inúmeras formas de "alucinação" que se podem obter, ou não fosse a música, a literatura e as imagens, dos bens mais preciosos que alguém pode ter e experimentar, tal como sentir, ver, ouvir e cheirar nos trazem o mundo para dentro de nós.
É essencial, vital acrescentar a tudo isso, sem escassez, amizades e amores, algumas graças e desgraças, alguns risos e algumas lágrimas: miríades de hipóteses sensoriais para os nossos cinco sentidos - “...não viver a monotonia sem convulsões (...), que o teu rosto anónimo não esconda as almas de quantos de ti estiveram perto...” – não cair na apatia nem na ignorância.
Convém que a nossa sede do que não temos, não nos leve a um labirinto, que no fim não sejamos a dor de ninguém, que o nosso perfil não seja uma máscara e que a nossa luz não tenha trejeitos torpes. A busca do “eu”, deverá ser apenas até ao horizonte visível, “elusiva e discretamente altiva”, para que o sabor que dela tenhamos não traga um pasmo silencioso, mas sim o esplendor de um diamante em eterna lapidação

Não viver a vida de ninguém nem fazer ninguém viver a nossa vida, guardar e preservar o espaço que cada um deve, pode, tem de ocupar.

“...Por mais que a vontade de pequenos deuses pálidos e fulvos talhe em profusas lápides o contrário, e a sua persistência os tenha por Senhores, o sangue que impele estas veias é MEU....”

A todos aqueles que ainda não descobriram o seu rumo, que ainda não se aperceberam que só têm uma oportunidade para a realização dos seus sonhos, tenho sempre a mesma mensagem - nunca é tarde para ser feliz -, a felicidade não é uma opção é uma obrigatoriedade, e só depende de nós mesmos e de mais ninguém.
Tudo aquilo que não fizermos por nós ninguém o fará, e a melhor altura para tocar o “Clarim da Revolta” é o dia de hoje porque ontem seguramente não foi possível escutar o maravilhoso som que dele sempre emana.
O conformismo gera tristezas e desilusões, a revolta sempre foi a alavanca da mudança, e por vezes o único caminho na direcção à felicidade.
Por vezes não entendo aqueles que dizem “não tenho tempo”, a maior parte das vezes esta expressão disfarça uma cobardia tremenda para aquilo que gostávamos mas não conseguimos fazer, como se a culpa para todos os nossos males fosse o tempo que passa, quando o que devemos é estar gratos por cada dia em que temos o privilégio de estar vivos.
É pena contudo que por vezes deixemos para trás o que poderiam ser os mais belos momentos da nossa vida. Olhamos para o que já é passado e nos interrogamos sobre o que perdemos! nesses instantes a nossa lucidez cria uma sucessão ilimitada de imagens, lapsos temporais que perdemos porque os inevitáveis erros do passado, e o medo do futuro, não nos deixaram ser livres para experimentar um maravilhoso presente.
Retumbantes êxitos de grandes homens devem-se a pequenos mas raros momentos em que puseram de lado a razão e entregaram-se à arte de viver, errando o mais possível e acertando outras tantas vezes. Acredito que um dos segredos da vida está em aproveitar a ocasião quando ela se nos apresenta e não pensar, porque quando pensamos estragamos o momento e com isso a excitação e a magia que é estar vivos.
É necessário nunca perder a esperança, porque onde não existe esperança não existe qualquer esforço que resulte.
Acredito na vitória de qualquer ser humano (quaisquer que sejam as lutas que desejem travar), como acreditei na minha, porque ela existe no coração de todas as pessoas, “porque quem acredita sonha, quem sonha vive, e quem vive pode mudar o seu mundo e ser feliz”.

Não queiram ver um dia na vossa campa a seguinte inscrição:

“Morri, não chorem, não me chamem, eu estarei longe e tudo o que fizerem e disserem será em vão, vocês foram a causa da minha desgraça, da minha solidão, mas onde quer que eu esteja eu ficarei bem e perdoarei o que me fizeram sofrer e serei sempre aquilo que vocês me fizeram ser.......”

Abracemos as oportunidades sem medos, porque se virarmos as costas à luz que nelas se encontra, a única coisa que veremos é esse corpo inerte a que chamamos de sombra. Cada vez que mentimos a nós mesmos para evitar um esforço, a manta sob a qual nos escondemos torna-se um pouco maior, até esse dia em que sucumbiremos à sua escuridão. A pior coisa que se pode fazer na vida é fugir de nós mesmos, mais cedo ou mais tarde encontramo-nos, e quem sabe já tão cansados, que não vamos ter forças para entender que

“nas montanhas da felicidade nunca se faz uma escalada inútil”.

Revoltem-se! Deixem essa jaula “virtual”, soltem a criança que existe em vós para que possa outra vez correr atrás das borboletas e não deixem apagar dos vossos lábios a pureza de um sorriso, afastar dos vossos olhos a serenidade de um olhar, escapar do vosso coração a ânsia pela vida.

E se nada mais resultar entreguem a vossa alma à poesia, porque neste mundo das palavras ninguém nos pode colocar algemas e afastar–nos da nossa paz.

Neste lapso de tempo em que escrevi estas singelas palavras, a vida aconteceu, convivi com um passado que não se repete, um presente que já passou, e um futuro que desejei quando escrevia no presente. A magia deste lapso de tempo nunca dependerá das palavras que aqui deixo, mas do facto de, mais uma vez,o ter vivido com a paixão de quem a ele se entregou.

23-06-2008


H! Guerreiros grandiosos! Vos evoco
Agigantastes uma pátria adormecida com o sonho da universalidade. Conquistastes o desconhecido e chegastes ao topo dessa colina sagrada onde vivem os imortais, e do seu cume decidistes que parte do mundo era vosso.
Nem sempre as velas de vossas naus se moveram por ventos de nobres motivos, mas ecoarão eternamente hinos aos vossos gloriosos feitos.
A vossa herança são hoje páginas de histórias de um povo visionário que construiu um império.
De um David que ousou ser Golias.
Esta terra que hoje pisamos, tão longe está daquela construístes, viveste e pela qual destes a vida.
Somos vítimas de um processo de extermínio promovido pela ausência de consciência. Derramamos agora lágrimas em locais sem “sangue de guerra”, lágrimas feitas gotas de água de um mar que dominastes, mas no qual nos sentimos exilados, atirados à tragédia do nosso próprio destino.
Nas suas areias, debaixo de um manto de vergonha, já não sonhamos com outros horizontes, e simplesmente nos escondemos à sombra como almas do outro mundo tementes do sol.

OH! Guerreiros grandiosos! Vos evoco
Não queremos ser esses cobardes que simplesmente esperam, que vêm a vida a passar pintada de cores e não lhe podem tocar.
Queremos correr e saltar, tocar o arco-íris.
As nossas feridas, são lancinantes marcas de uma luta que não ocorreu, de uma guerra sem palco que nos mata.
Vivemos na incerteza atordoados por carrosséis de imposturas.
Não nos deixam entrar no campo de batalha
– Cobardes –
Não desejam o corpo a corpo.
Os escudos são forjados na hipocrisia.
As lanças untadas na sua ponta com o veneno da indiferença.
As Flechas construídas de mediocridade, voam certeiras e trespassam corpos que ecoam cânticos de libertação ao se verem mortalmente atingidos.
As espadas já não têm código de honra, são empunhadas por esses carrascos que nos leitos das suas concubinas, nesses lençóis acetinados que alimentariam uma aldeia completa, se deleitam com sentenças nascidas em orgasmos de poder.
A justiça é agora de facto cega, tapada pela venda da mais infame cobardia que não ousa olhar de frente os condenados.

OH! Guerreiros grandiosos! Vos evoco
No nosso sangue já pouco resta do vosso.
Mas ainda somos soldados!
Soldados sem rosto.
Sem exércitos.
Sem monumento.
Heróis anónimos.
Tombamos numa guerra surda pelo direito a ter um pedaço dessa terra adubada com o vosso sangue.
Pelo direito a andar e não estar sempre no mesmo lugar.
Temos que vestir o fato do guerreiro, não para conquistar os mais longínquos oceanos, mas para defender o nosso charco enlameado e a pele dos homens como nós.
Não lutamos para ampliar impérios, mas contra as ambições desmedidas, de quem nos quer tirar a capacidade de sonhar o sonho, de quem nos obriga a partir porque nos asfixia na nossa própria terra.
Conquistaremos cá dentro o que vocês procuraram nos quatro continentes.
Somos o que sempre fomos na nossa história, Destemidos Soldados, e lutaremos contra esse Golias que nos quer confinar aos lugares onde a luz da nossa harmonia nunca estará presente.

OH! Guerreiros grandiosos! Vos evoco
Voltemos a desfraldar essas velas da liberdade e sonho, que um dia partiram no desconhecido.
Voltamos a ser pequenos mas existimos e não desistimos.
Não temos as tuas ”Tágides “ oh Camões venerado
mas temos a força dos humildes, herdada da fúria desses Oceanos que trespassaram com a vossa ousadia.
Não temos armas, mas temos a força de corações oprimidos que tocam o tambor da justiça.
Não temos hinos grandiosos, mas temos a coragem de não ser hipócritas nos prazeres que buscamos.
Não temos bandeiras, temos a força da revolta de quem se senta numa mesa imposta, adornada pela decadência de quem serve esmolas de hipócrita humanidade.
Nunca seremos história, mas temos a honra da humildade
A alquimia da felicidade
A febre da vida
A ânsia da beleza
A visão de quem sonha.
O desejo de querer mais
A AMBIÇÃO DAS DESCOBERTAS

OH! Guerreiros grandiosos! Vos evoco
Desejamos o repouso destas guerras, não queremos ser donos do céu ou senhores da terra. Queremos ancorar nossos barcos num pedaço de terra em que possamos por fim tirar esses sapatos de soldado e encontrar a paz.
Queremos viver num qualquer lugar que seja nosso e ser cobertos na morte por uma terra que trabalhamos com a força das nossas mãos.
E se para isso tivermos que morrer lutando como o fizestes outrora, se tivermos que nos afogar nas ondas forjadas na raiva de um qualquer Adamastor,
ao menos morremos num mar de sonhos e não viveremos morrendo por os não ter.
Unam-se a nós os que já desistiram, ainda estão a tempo de desistir da desistência.
Não nos restam quaisquer duvidas de que, como para todos esses gloriosos conquistadores,

A MORTE SERÁ UMA AVENTURA
A MORTE SERÁ QUASE COMO A VIDA

09-06-2008











Nunca sabemos quando é a altura indicada para o fazer, mas deve existir sempre um momento em que devemos parar para fazer um balanço da nossa vida.
Que caminhos já percorremos?
Que objectivos já alcançamos?
Que pessoas se cruzaram na nossa vida e ainda a partilham seriamente?
Que dificuldades sentimos e fomos capazes de ultrapassar?
Porquê elas se nos colocaram?
As paixões e amores que vivemos?
Como nasceram como cresceram, como se mantiveram e morreram?
Que sonhos não fomos capazes de realizar?
Que mundo é o nosso?
Quem temos á nossa volta em que depositamos confiança para trilhar outros caminhos seja qual a for a relação que nos une?
Somos felizes?
Gostamos de nos ver como somos actualmente?
Estamos conformados ou continuamos a lutar?
Temos força para alterar o que achamos que esta mal?
É possível fazer melhor e modificar a nossa vida?

Este exercício é fundamental para entender o nosso presente e mentalmente verificar se existe um grande abismo entre o que somos, o que temos e onde estamos, relativamente aquilo que gostaríamos de ser, que desejaríamos ter e como queríamos de facto ver-nos.

É este o desafio que vos proponho, quem sois?
o que desejais de facto ?
Com quem de facto contais?
Que sentimentos fazem mover os vossos passos e trilhar caminhos nem sempre fáceis?
No fundo da vossa alma por quem chora o vosso coração?
Qual o nome ou nomes que quando fechais os olhos surgem no vosso subconsciente?
Que vida desejais?
Que necessitais para alcançar a felicidade?
Que é necessário para que quando olhem para o espelho tenham um infinito orgulho no que vêem?
Como se imaginam no futuro que desejam?

Todas estas perguntas deverão ter uma resposta na vossa mente, essa resposta gerará necessidades, estas necessidades resultarão em sonhos, estes sonhos na vossa luta quotidiana, este luta no vosso carácter, este caracter no vosso futuro.

Não podeis levar este momento de reflexão com leviandade, é a vossa vida que esta em jogo.
Não temos o direito de desperdiçar a nossa vida com incertezas, superficialidade, amores e paixões efémeras, egoísmo e hipocrisias, ódios sem sentido.

A vida não é um tudo de ensaio onde fazemos provas esperando encontrar a poção mágica para os nossos problemas.
Sente-se, imagina-se, inventa-se, sonhasse, alcançasse.

É sério este desafio.
Não desperdicem a oportunidade de que a vida seja consistente com os vossos lindos sonhos.








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