Poesia e pensamentos livres


Hesitei! Um ou dois?Costumavam ser dois!
Cheios de tudo e de nada, mas plenos de sonhos que tocavam tão alto em mim, em ti, e na vida.
Hoje existe só um copo nesta mesa. Mas no meu corpo, mais que nunca, corre a essência de uma garrafa partilhada.
Tu não falas e ainda assim calo-me para te escutar. Pairas noutros mundos e no meu intoleravelmente escuto as tuas melodias.
Imagino-te em versos que não escrevo e canto-te em melodias que nunca terão letra.
Imagino-te!
Em todas as palavras que nunca me disseste, em todos os gestos com que nunca me tocastes, em todos os sons que nunca de ti saíram.
Imagino-te em tudo o que nunca fostes!
Vivo-te em cada centímetro de mim, pinto-te em cada pensamento, sinto-te em cada suspiro, desejo-te em cada sorriso tímido que deixo sair cada vez que bebo deste copo solitário.
Estupidamente te desejo!
Imagino algo inimaginável.
Sonho esse sonho que no limite me escraviza. Mas não interessa!
Toco os meus lábios neste copo tantas vezes partilhado, toco-me!
E na ausência de ti a que já me habituei, percorro o meu corpo na sublime descoberta de um universo que nunca soubeste explorar.
Voluntariamente me entrego, mais uma vez, a ser musa de uma inspiração ausente que nunca me escreveu.
Que me interessa!
liberto-me!
Costumavam ser dois!
Existe um!
Meio cheio de nada mas com o sabor do que de mais real existe em mim.
Deixo-me arder nesse sonho, queimo-me!
Imagino!
Simplesmente imagino!
A garrafa vai acabar vazia e eu passarei por todas as metamorfoses enquanto o liquido escorrer no meu corpo.
Mas hoje! Só hoje! O copo é teu.
Amanhã existirá uma outra qualquer garrafa.
Mas essa, será partilhada no suave toque de uma poesia escrita na minha pele por um poeta que me sinta.
11-11-2010



Desejo as luzes, estou pronta!
Tenho no corpo a ânsia da inconsequência e na alma a febre do momentâneo.
Quero dizer que não, que sim, talvez, ou simplesmente calar-me no incógnito da música.
Esqueço tudo!
Por momentos quero deambular por desejos de mim na despreocupação de um sonho acordado.
Que se lixem os pudores, sinto asas nos pés e quero voar nesse espaço onde tudo é permitido e a nada se dá nome.
Apetece-me adormecer numa qualquer música, sem pensar no corpo que me toca ou na mente que me abraça.
Quero sentir-me viva, e regressar sobre a luz de uma madrugada silenciosa, cheia de mim e mais particular que nunca.
11-11-2010


A noite está perfeita.
Silêncio! A lei é minha o palco é meu.
Quanta magia sinto neste momento em que volto ao tempo em que as esperanças voavam de pijama. O pijama já não é o mesmo, mas é meu! Voo na mesma.
Ah! Chuva Purificadora.
Podes molhar sem piedade e gelar sem clemência.
Não estou Aqui!
Voltei ao lugar das dores dissipadas, ao recanto do esquecimento onde a solidão se expõe em todos os silêncios genuínos.
Aos poucos todos os mortos em mim, regressam pela estrada da memória.
E os que nunca partiram, cantam melodias de aleluia pela libertação de tudo o que deixei de ser enquanto fui tua.
Vou estar aqui até ao momento em que a minha pele me obrigue a outra realidade.
E sim!
É Inevitável!
Um dia perderei outra vez a lucidez e voltarei a amar.

11-11-2010




Hoje é um desses dias em que saio de mim para ser tudo no teu desejo.
Estarás tu à espera?
Estarás preparado para mim?
Fantasia!
Acordei a pensar na magia da surpresa, no desejo provocado.
Aqui estou!
Que esperas?
Se soubesses quanto amor e desejo cabe nesta roupa que me veste.
Dou-me!
Toma-me, assalta-me e descobre-me em viagem por mim numa rota de cama desfeita.

10-11-2010



Cada dia me dispo das vestes gastas de mim.
Esqueço o que fui para lembrar-me de quem sou.
Nada me chega completo porque nada procuro.
Experimento tudo vestido desse nada que carrego.
Sou realidade entre o momentâneo e o eterno.
Memória de encontros fortuitos coloridos de eternidade pelo pincel do acaso.
Transfiguro-me todos os dias com rituais tipificados na irrealidade confusa das coisas, num equilíbrio desequilibrado, na ânsia de mim no universo dos erros que cometo.
Mas sei que em mim tudo tem que ser assim.
Consequência de solidão imperfeita que arrisca na perfeita espontaneidade.
Nada será meu que eu não sinta e nada terei que não me construa.
O que disso poderia ficar é um nada de um erro clandestino.
Memórias! Só as que não matam o presente por comparação.
Memórias! Só as que não matam o presente na ânsia de futuro.
Nunca me perdoaria a angústia de pensar em corrigir erros.
Cometo outros.
As possibilidades são infinitas.
Sou maravilhosamente imperfeito e estupidamente momentâneo.
Tenho corpo para sentir o vento e uma alma para admirá-lo.
E só quero continuar a deslumbrar-me fora de mim, sem palavras inúteis, com todos os silêncios de um sorriso de admiração.
E no meio da confusão das coisas, que já não questiono, quem sabe tocar uma outra imperfeição que me complete.
Estou vivo e tudo é consequência.
E só assim me pertenço por destino meu.
Nada mais me interessa!
O meu dia chegará!
Sempre chega!
Por esse lado certo de todo o errado que existe em nós,
A vida.
06-11-2010






Sou tua!
Mas tu não sabes como te sinto.
Nem poderás saber, perdido que estás em ti e nos sonhos nos quais não me colocas.
Deixo o desejo de que um dia descubras por mero acaso quem sou, não em mim, mas em ti.
Nesse dia não penses!
Abraça-me!
O teu único erro serei eu.
E tudo o resto - acredita -, não vais necessitar.

02/11/2010


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